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Monalisa Marques, 24 anos, formada em Jornalismo e apaixonada por fotografia, mal podia adivinhar o sucesso que seu projeto ia ter, no momento em que o concebeu, na ressaca de 1 de janeiro de 2013. Uma Pessoa Por Dia é o nome da série e diz (quase) tudo: ela se propõe retratar uma pessoa a cada 24 horas até ao próximo 2 de janeiro de 2014.
Um desafio de todos os dias, encontrar uma pessoa, fotografá-la e contar sua história. Todo mundo tem uma e Monalisa já cruzou com algumas incríveis. Começou por fotografar o pai, passou por amigos e conhecidos, mas é com os estranhos que vai criando laços surpreendentes.
Monalisa pretende dar continuidade ao projeto, quem sabe com a publicação de um livro no final dos 365 retratos. Por enquanto, a página do projeto no Facebook tem mais de 10 mil seguidores e o “Uma Pessoa Por Dia” tem chamado a atenção. Dê uma olhada em algumas das fotos mais especiais que a fotógrafa selecionou para a gente:
“Pierre. Perdeu as asinhas no bloco. Ficou chateado”.
“Hoje a Carolina cortou o cabelo. Os 45 centímetros que ela traz nas mãos ela pretende doar.
– Eu viajei bastante no ano passado, e lá era meio caro para cortar, então eu deixei crescendo. Quando voltei ele já estava bem grande, e várias pessoas me disseram pra vender. Aí eu fiquei pensando nisso… Eu não queria vender. Até que, pesquisando, pensei em doar.
Depois de tomar a decisão, a Carolina ainda esperou alguns meses antes de cortar. Para fazer uma peruca, os fios doados devem ter no mínimo 20 centímetros de comprimento.
– Como gosto de cabelo mais longo, pensei nas mulheres com câncer que também gostam, aí deixei crescer mais”.
“Paulo. Passou o dia todo lembrando do convite da filha. Eles vão almoçar juntos amanhã”.
Como tudo aconteceu: ela viu a foto da Luciana aqui e assim conheceu o projeto. Começou então a percorrer os álbuns e foi reconhecendo o porteiro do prédio, a senhora do papagaio, a senhora do gangnam style… Pensou “nossa, essa pessoa deve morar muito perto de mim”. Até que um dia ela comentou com o porteiro e o mistério foi revelado”.
“Eduardo. Eu fiz duas fotos e pedi que ele escolhesse uma: “Essa aqui, para fazer todos que virem lembrarem da paz”.
“Simone. O que marcou seu dia hoje foi a lembrança do dia anterior. Ela levou a mãe de 86 anos para a Feira de São Cristóvão, e não vê a hora de repetir a dose”.
“Roberto. Chegou hoje de Dubai para tratar de negócios: Ele tem uma marca de turbantes. Papo vai, papo vem, acabei ganhando um turbante rosa como presente de aniversário”.
“Como foi seu dia, Walter?”
“Horrível”
“Por quê?”
“O rapa não deu descanso hoje”
“Marluce.
– Posso tirar uma foto sua pro meu projeto de fotografia?
– ‘Tá bem, mas eu vou passar um batonzinho antes… E um pouco de pó também, pra tirar o brilho.
Aí ela foi lá, passou o pó e o batom e voltou. Me contou que o dia foi de pouco movimento, “mas o que importa é que a gente tá respirando”.”
Hoje ele desenhou os rascunhos do livro infantil que está escrevendo. Também leu um livro que o está inspirando para a construção do seu novo texto teatral. Ele é escritor, dramaturgo e dentista”.
“Antônio. “Se nós estivéssemos em 1958, eu teria chegado ontem de Portugal e esse seria o meu primeiro dia vendendo flores aqui no Brasil”.
A flor preferida dele são todas”.
“Mariana. Uma semana antes do aniversário ela decidiu mudar o visual. Pra enfrentar o inferno astral, ela fez o corte de cabelo mais curto da sua vida”.
“Dalton. Começou o dia bem, visitando o Cristo Redentor pela primeira vez. Terminou a tarde segurando o unicórnio da sobrinha”.
“Giovanni. Passou a madrugada escrevendo um conto para publicar em seu blog”.
Espero que ela tenha conseguido na volta. De qualquer forma, ela tem mais uns dois meses para terminar a leitura e entregar o projeto de conclusão da graduação.
O que a gente vai ganhar com isso: um livro de contos de fadas que tem tudo pra ser lindo. (Tem mesmo! Ela me contou sobre ele, toda empolgada, e eu fiquei muito curiosa)”
“César. O primeiro voo dele hoje foi às 2h da manhã. A essa hora eu ainda estava arrumando a minha mala, antes de dormir”.
“Ele. Não pude perguntar seu nome nem o que marcou seu dia. Lá de cima ele observava, muito atento ao movimento.
Fiz uma foto dele antes dessa onde ele estava distraído. Também fiz uma foto depois, em que ele sorri pra mim fazendo sinal de ok com a mão esquerda. Mas essa é a minha preferida, é a foto do flagrante, do momento exato em que ele percebeu que eu o fotografava. De certa forma, essa foto é mais eu do que ele. Essa introspecção, esse pensamento que corre longe do presente. Achei que fica melhor em preto e branco”.
“Desci do ônibus e comecei a ouvir uma música vinda da praça. Fui até lá. Quando a música terminou, ele sorriu com os aplausos. Aproveitei para me aproximar um pouco mais e conversar. Descobri que seu nome é João. Ou João Luiz. Ou João Viegas, ele ainda não decidiu.
– Você sempre toca assim na rua?
– Hoje é a primeira vez que eu faço isso
– E do que você mais tá gostando?
– Aqui não tem o meu vizinho reclamando. Eu gosto de tocar no meu apartamento, mas o meu vizinho sempre reclama. Aí pensei ‘Vou tocar na rua, lá ele não vai reclamar’.”
“João Pedro. Um dente de leite a menos, uma janelinha a mais”.
“Esse é o Gilson, e eu preciso contar uma história:
Hoje saí de casa com vontade de fotografar um escultor de praia, daqueles que fazem castelos e pontos turísticos na areia. Encontrei um homem que me perguntou quanto eu pagaria para fazer uma foto dele. Foi curioso eu ter conhecido o Gilson uns 10 minutos depois, porque a primeira coisa que ele me perguntou foi “e como eu posso te retribuir por tirar uma foto minha?”.
Ele me surpreendeu, e por isso marcou o meu dia. Acho que eu também marquei o dia dele: eu fui sua primeira cliente do dia. Voltei para casa com um filtro de sonhos”.
Para saber mais, siga página do projeto no Facebook .
todas as imagens cedidas por @ Monalisa Marques
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