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Mesmo vivendo em um mundo onde a única certeza que temos é que nada mais é imutável e permanente, a mudança ainda é algo que nos apavora, não é mesmo?
Quando eu digo mudança, não estou apenas me referindo ao que acontece fora de nós: a mudança de emprego, o medo de não se encaixar numa nova escola, o chefe recém-contratado, o término do relacionamento de 10 anos. Eu me refiro também, e principalmente, a mudança interna, aquela mudança que vai nos transformar em ex- alguma coisa, estou falando da transição.
Toda mudança que acontece em nossas vidas, seja ela determinada por nós ou pelo contexto em que vivemos, vem acompanhada da transição. A transição é bem diferente da mudança. Enquanto a mudança é um processo externo, que provem de um evento único e circunstancial que muitas vezes não está sob o nosso controle, a transição acontece internamente, leva mais tempo para ser processada e depende exclusivamente de nós mesmo.
Danaan Parry, autor do livro “Warriors of the Heart”, ilustra uma metáfora poderosa sobre a transição. É como se a situação em que vivêssemos hoje fosse um trapézio, que balança numa velocidade constante. Ali você se sente no controle, você está seguro. Mas você olha para frente e vê uma nova barra surgindo. Ela está vazia, mas você sabe que a nova barra do trapézio tem um lugar guardado para você, é a sua vida, seu futuro que está vindo te encontrar. Mas para agarrar a nova barra é preciso se livrar totalmente da barra antiga e dar o salto. O salto no nada, sem rede de segurança, sem apólice de seguro, sem garantias… aquilo que os místicos e religiosos chamam de fé. É o momento em que o passado já se foi, mas o futuro ainda não chegou, é o período que pode durar apenas um segundo, mas nos aterroriza. Essa é a transição.
Nosso medo é de nos esborracharmos no abismo sem fim que existe entre as barras, ou de ficar nesse “não-lugar” entre lugares. O que nos assusta, nos confunde, nos apavora é soltarmos da barra e virarmos o ex- alguma coisa: ex-marido, ex-namorada, ex-empregado, ex-chefe. Guimarães Rosa podia não estar falando sobre a transição quando nos disse que “o medo é a extrema ignorância em momento muito agudo”, mas essa citação cabe perfeitamente para o que estamos falando.
Imaginemos que João decide fazer uma mudança brusca de carreira. João é gerente de uma empresa multinacional. Hoje seu nome é João gerente da empresa multinacional XPTO. Ele tem um belo salário, carro da empresa e, sobretudo, status que o seu cargo lhe confere. Mas João retomou um hobbie que há muito ele havia deixado de lado, ele voltou a fotografar. A fotografia faz com que João se reconecte à sua essência, sua forma verdadeira de enxergar o mundo. Ao retomar esse hobbie, João reconheceu em si talentos que ele sem sabia que tinha: a empatia, a sensibilidade e o senso estético.
João sabe que para ele dar o salto, ele precisa reconhecer a transição e todas as suas implicações. Deixar o novo vir, significa deixar o velho morrer e toda morte significa luto. Significa não ser mais o João gerente da empresa multinacional XPTO, significa criar uma nova rede de contatos, significa ter consciência de todos os impactos emocionais que essa mudança trará nos seus relacionamentos familiares e afetivos, significa uma mudança no estilo de vida, em sua rotina, significa lidar com críticas das pessoas que não entenderão o seu movimento, significa que ele precisará estar seguro de seus valores e alinhado internamente.
É justamente na zona de transição que crescemos, pois é quando você decide olhar para si e se trabalhar emocionalmente. Esses momentos devem ser homenageados, saboreados até. Sim, com toda a dor, todo o medo e todos os sentimentos por não estarmos no controle da nossa vida e que possam acompanhar as transições, tais momentos são os mais vivos, mais recheados de crescimento, mais apaixonados e mais expansivos da nossa vida. Saímos da escuridão, transformamos nossos receios, ganhamos domínio pessoal.
Viver a transição e criar consciência das escolhas que fazemos é o primeiro e um dos mais importantes passos para uma mudança feliz em nossas vidas.
Como diz Danaan Parry: “se nos lançarmos no vazio, talvez aprendamos a voar”.
Créditos das fotos: Wyatt McCollum
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