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Roteiro Hypeness: Matilha Cultural, um espaço cultural em SP para pessoas e cachorros

11 • 07 • 2014 às 04:08
Atualizada em 29 • 05 • 2018 às 10:43
Paulo Moura
Paulo Moura Jornalista paulistano que adotou o Rio de Janeiro como casa. Possui mais de 15 anos de experiência em comunicação corporativa e é sócio-diretor da Agência VIRTA. Apreciador de cerveja, comida ogra, mar e tudo aquilo que combina ou remete a ele.

Mais do que um espaço cultural, um centro de convergência de ideias e ações em prol do bem comum, tanto de homens quanto de cachorros. Essa é a ousada e, por isso mesmo, genial  proposta da Matilha Cultural, uma iniciativa sem fins lucrativos que o Hypeness foi conhecer de perto.

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A ideia inicial do cineasta Ricardo Costa era a de criar uma sala de cinema no centro de São Paulo com uma programação gratuita e voltada sobretudo para produções independentes, visto os preços exorbitantes de diversas salas pela cidade. Contudo, com o apoio de parceiros, ele foi além e criou em 2009 aquele que certamente é um dos poucos espaços multiculturais do mundo onde os animais não apenas são bem vindos, como inspiram boa parte da programação.

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Uma amostra dessa proposta é a sexta edição do “Pra Cachorro”, evento que a casa abriga a partir desta semana, e que tem como principal objetivo celebrar a parceria e interação entre o homem e o cão, além de estimular e fortalecer as questões de proteção, adoção e voluntariado em prol dos animais. Além da série fotográfica “América Latida”, do artista Diego Santovito, que viajou pela Bolívia e Peru retratando cachorros, em seus diversos momentos, inseridos nas paisagens destes países; o evento contará com uma exposição de casinhas customizadas e telas pintadas por diversos artistas, debates, e uma programação de filmes, incluindo o premiado documentário “O Abrigo”, de Flávia Trindade, que traz o registro dos resgates dos animais realizados na região serrana do Rio de Janeiro durante as fortes chuvas que aconteceram em 2011.

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Segundo Nina Liesenberg, responsável pela comunicação do espaço, a programação desde 2013 é definida com base em edital, tendo em vista um público bastante variado, mas composto sobretudo por entusiastas da cultura hip hop, da arte de rua, do skate, bem como pessoas ligadas a questões ambientais e diversos coletivos da cidade.

A causa dos animais não é a única em que o espaço está engajado. Ao contrário de várias associações e instituições que evitam tomar posição em relação a questões políticas e sociais, talvez procurando não polemizar, a Matilha defende seus pontos de vista sim e se orgulha disso. “Queremos contribuir para uma sociedade com indivíduos com mais autonomia,  e críticos, de uma forma construtiva. Acreditamos que quem fica em cima do muro toma tiro dos dois lados e que o que não se dá, se perde. Acreditamos que o conhecimento deve pertencer a todos e tudo é política”.

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Não é só falar, mas fazer. Desde o início, a Matilha tem procurado minimizar os impactos ambientais e sociais decorrentes de sua construção e operação. Assim, apenas madeira de reaproveitamento ou certificada foi usada nos ambientes e móveis do espaço. O cardápio dos eventos e do café é vegetariano e dá-se prioridade a produtos orgânicos e de cooperativas. Não é permitido o uso de copos e embalagens descartáveis para reduzir a quantidade de lixo. Os resíduos orgânicos são compostados no jardim e utiliza-se apenas papel reciclado em todos os impressos.

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Entre as ações permanentes da casa destacam-se a feira de adoção de animais, que acontece todos os domingos, em parceria com a ONG Natureza em Forma; e o projeto anual Setembro Verde, iniciativa  multimídia e colaborativa com foco em temas políticos e socioambientais.

Vale muito a visita!

Crédito das Fotos: Rodrigo Albuquerque

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