Sustentabilidade

Como essa marca está ganhando mais dinheiro tentando vender menos

05 • 09 • 2014 às 04:03
Atualizada em 17 • 11 • 2014 às 17:30
Vicente Carvalho
Vicente Carvalho Em busca da terra do nunca.

Em meio à Black Friday (evento americano onde os preços diminuem consideravelmente), enquanto varejistas faziam todas as estratégias para tentar aumentar o volume de vendas de forma exponencial, um varejista proeminente tomou uma abordagem diferente.

Em vez de explodir os preços de venda incitando os consumidores para carregar seus carrinhos de compras virtuais, a marca Patagônia decidiu encorajar os consumidores a comprar menos. A empresa diz: “nós projetamos e vendemos coisas feitas para durar e serem úteis. Mas nós pedimos a nossos clientes para não comprar de nós o que eles não precisam ou não podem realmente usar. Tudo o que fazemos – tudo o que qualquer um faz – custa mais ao planeta do que nos dá de volta”.

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Esta campanha segue a estratégia de publicidade inovadora do ano passado com um anúncio no New York Times na Black Friday, dizendo “não compre este casaco.” É isso mesmo – um anúncio desencorajando as vendas no maior dia de compras do ano.

Mas, como qualquer grande campanha, sua mensagem nos últimos dois anos está vinculada à promessa da marca. Ambientalismo é o cerne da Patagônia, mas desencorajar especificamente vendas é uma manobra incomum já que a Patagônia não é uma organização sem fins lucrativos. É uma fabricante excepcionalmente rentável e varejista, gerando US $ 400 milhões em receita a cada ano.

A Patagonia faz alguns dos melhores e mais caros equipamentos para o ar livre do mundo, mas a missão da empresa é maior do que simplesmente maximizar o lucro. A missão é: “Construir o melhor produto, não causar nenhum dano desnecessário, usar o negócio para inspirar e implementar soluções para a crise ambiental”.

A marca tem esse posicionamento e filosofia empresarial graças ao seu criador, Yvon Chouinard, um surfista, alpinista, ambientalista e defensor ferrenho do conceito de “slow company”, onde o processo industrial tem que ser alinhado ao ambiental. Por exemplo, o algodão que a marca usa na fabricação dos produtos é orgânico e, segundo o próprio Yvon, ele não conseguiria dormir durante a noite sabendo que o algodão usadp no produto era um material prejudicial ao meio ambiente, com agrotóxicos e técnicas ineficazes de preservação da saúde dos trabalhadores do campo.

Abaixo um vídeo onde Yvon fala um pouco do que pensa sobre negócio, moda e consumo:

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