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Ao chegar na saudosa Pinacoteca do Estado de São Paulo, nos deparamos com uma fila de virar o quarteirão antes mesmo do local abrir. Eram todas curiosas (e ansiosas!) pessoas para conferir de perto o minucioso trabalho do escultor australiano Ron Mueck, conhecido por suas obras tão realistas que chegam a ser confundidas com pessoas de verdade.
A figura humana, pitoresca por natureza, torna-se objeto de estudo nas mãos do artista que a retrata da maneira mais fiel possível à realidade, utilizando técnicas únicas que demoraram anos para se aprimorar. A perfeição chega a tal ponto que acaba por revelar todas as imperfeições.
O tempo é, de fato, o maior aliado de Mueck, já que é um importante elemento em seu processo criativo dentro do pequeno estúdio montado em Londres. Entre escalas gigantescas e pequeninas, nove esculturas hiperrealistas vos aguardam no museu paulistano após uma temporada mundo afora, passando por cidades como Rio de Janeiro, Buenos Aires, Japão e México.
Cheias de expressão, sensibilidade e mistério, as obras possuem um fascínio único em torno de suas temáticas, que ganham ainda mais força com a riqueza dos detalhes, nos fazendo indagar sobre o quanto conhecemos de nós mesmos. Destaque para a escultura de um garoto negro que tem seu peito cortado, ou um frango gigantesco que está pendurado em uma das salas, ou ainda um casal de idosos tomando sol, sem maiores preocupações. Ao que parece, as esculturas podem ganhar vida a qualquer momento e, aí sim, você terá a certeza de que seus olhos não estão sendo enganados.
Ron Mueck pode ser facilmente chamado de perfeccionista, pois suas obras conseguem ir além do que podemos enxergar; não são apenas material artístico, são obras que surgiram de um processo extremamente trabalhoso, íntimo, de olhar profundo e obsessivo para retratar uma realidade que não existe, pois, na verdade, não tem vida. É nesse molde que se ganha um novo paradoxo para se admirar. A anatomia humana criada por ele não passa de materiais como resina, fibra de vidro, silicone e acrílico, mas forma exatamente o que somos: seres monumentais a ponto de serem copiados à risca para se tornar objeto de admiração por nós mesmos.
Dentro da mostra, é possível encontrar o documentário Still life: Ron Mueck at work (“Natureza Morta: Ron Mueck no Trabalho)”, produzido especialmente para a exposição na Fundação Cartier, retratando o escultor durante o processo criativo e prático na hora de fazer suas poucas, porém extremamente relevantes, obras hiperrealistas, produzidas ao longo de 20 anos. Não dá para perder a chance de conferir de perto os trabalhos que já nos encantaram somente através da internet, até então.
Ron Mueck @ Pinacoteca do Estado de São Paulo – até dia 22 de fevereiro de 2015
Praça da Luz, 02 – Luz
Tel. 3324-1000
Terça a domingo das 10h às 17h30 com permanência até as 18h
Às quintas até as 22h.
Grátis às quintas, após às 17h e sábados o dia todo.
Ingresso combinado (Pinacoteca e Estação Pinacoteca): R$ 6,00 e R$ 3,00
Todas as fotos © Brunella Nunes para o Hypeness
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