Viagem

Série fotográfica retrata os últimos nômades que vivem no mar

12 • 01 • 2015 às 07:13
Atualizada em 04 • 09 • 2018 às 10:08
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Para quem não sabe, existem os chamados “nômades marinhos”, pessoas que simplesmente vivem no mar e fazem dos barcos sua morada. O pessoal do The Triangle Coral registrou e documentou os que seriam “os últimos nômades” que vivem no oceano, membros do grupo étnico malaio Bajau, há séculos sob as águas do mundo, com origem estimada em torno do século IX.

Até mesmo estes começam a se fixar em terra firme, fazendo com que a prática beire a extinção, mesmo que ainda resistam e passem boa parte do tempo no mar. Entre Filipinas e Torosiaje, em Bali, na Indonésia, algumas aldeias bem afastadas concentram parte do povo nômade malaio, vivendo em bungalows ou casas de madeira simples em baías rasas.  Os que optam por se fixar nos mares retornam à comunidade somente em ocasiões importantes, como casamentos e funerais.

O governo da Indonésia tem feito ações para mover o grupo Bajau para terra firme, mas sem condições melhores de vida, os navegantes tratam de voltar para os pequenos barcos em que vivem, chamados de “lepa lepa”. O oceano é tão importante para eles que se tornou parte da crença local, sendo reverenciado assim como os espíritos que ali vivem, conforme acreditam.

O sustento é conquistado através da pesca e ainda a caça às pérolas e pepinos do mar através do mergulho, sem equipamento adequado, função chamada de “freediver“. A China é um dos grandes clientes destes pescadores, que lucram em cima da indústria de peixe vivo, atualmente valendo mais de US$ 800 milhões por ano, de acordo com pesquisa realizada pela World Wide Fund for Nature. Sendo assim, surge a controvérsia de que o povo Bajau, assim como outros tantos, acaba destruindo o meio ambiente que os sustenta por conta do ganancioso mercado em busca de jóias marítimas. A atividade é insustentável, ilegal e altamente perigosa.

Por conta da profissão, muitos membros do grupo estão fadados à surdez precoce, já que chegam a mergulhar 30 metros de profundidade somente com o auxílio de óculos e, às vezes, pé de pato. E não reclamam, alegando que depois dessa fase onde ouvidos e nariz sangram, podem mergulhar sem dor. Ao questionar Ane Kasim, uma mãe solteira que rema todos os dias, se ela gostaria de estar na aldeia, a resposta à equipe do Triangle Coral foi muito clara: “eu adoro estar no mar…pesca, remo… apenas sentindo tudo, o frio, o calor“.

Dormir sob as estrelas não é pra qualquer um, olha só:

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Homem explica ao fotógrafo como eram feitas as bombas fertilizantes jogadas nos corais; ele diz que não as faz mais desde 2005, sendo agora um protetor dos mares da Indonésia.

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Mulher perdeu a visão de um olho e as duas mãos quando uma das bombas explodiu no seu rosto.

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Muitas crianças do grupo Bajau já nascem no mar e o fazem de quintal; na foto, um menino brinca com um tubarão.

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Todas as fotos © James Morgan

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