Empreendedorismo

Conheça a Tatuí, a primeira banca de títulos independentes do país

03 • 02 • 2015 às 06:28
Atualizada em 29 • 05 • 2018 às 12:15
Paulo Moura
Paulo Moura Jornalista paulistano que adotou o Rio de Janeiro como casa. Possui mais de 15 anos de experiência em comunicação corporativa e é sócio-diretor da Agência VIRTA. Apreciador de cerveja, comida ogra, mar e tudo aquilo que combina ou remete a ele.

Quando João Varella, Cecília Arbolave e Thiago Blumenthal criaram a editora Lote 42, apostaram que havia uma demanda reprimida por projetos editoriais alternativos. Não demorou muito para se tornarem uma referência no mercado. Esse ano, eles deram um passo além, com a criação da Tatuí, a primeira banca especializada em títulos independentes do país. O Hypeness, obviamente, não poderia deixar de ir lá conferir!

“Veja, isto é pouca/Lenha no grande bate-boca/E ainda escrevo uma carta capital/Para os caros amigos desta banca de jornal… A formiga carrega a folha/Do estado de são paulo ao Piauí/Enquanto isso a cigarra quer ser vip/Pra sair contigo na capa da ti-ti-ti/Caras, quem pra matar”. A letra de Tom Zé, com participação especial de Criolo, faz referência a um dos principais elementos urbanos de socialização e difusão do conhecimento: a velha e boa banca de revistas. Resgatar o charme e o interesse por esse pedacinho essencial de toda e qualquer cidade é o propósito da Tatuí, instalada em frente ao número 275 da rua Barão de Tatuí, no bairro da Vila Buarque, em São Paulo.

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Segundo dados do Sindicato dos Jornaleiros, a cidade de São Paulo tem algo em torno de 3.500 bancas. A maioria absoluta delas hoje vende de tudo, de pilhas a camisinhas, de brinquedos a energéticos, e é justamente esse o fator que, segundo João Varella, contribui para sua descaracterização e, consequentemente, para a perda de seu encanto. “Queremos resgatar a banca como ponto de leitura. Queremos que a banca volte a ser um espaço de convivência e que as pessoas fiquem lá lendo, ‘viajando’, folheando…”

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Mas qual é a lógica de criar um negócio analógico quando todos parecem só dar atenção ao digital? “Um lado menos abordado sobre as benesses da tecnologia é o de que ela facilitou absurdamente o processo de impressão e difusão de trabalhos autorais. Atrelado a esse fator, há toda uma efervescência artística, sobretudo em matéria de design gráfico. Esses dois elementos juntos, por si só, dão respaldo à proposta da Tatuí”, afirma Varella.

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A Tatuí ganhou nesse mês de dezembro uma nova identidade visual, que remete ao universo impresso e foi desenvolvida pelo estúdio de design Casa Rex, de Gustavo Piqueira. Além de livros de diversos selos independentes, o acervo é composto por zines, pôsteres e catálogos – além dos jornais de todo santo dia, é claro!

Pedimos ao João Varella que nos sugerisse cinco obras de destaque já disponíveis por lá. Anote aí as dicas dele e programe a sua visita:

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Tension De La Passion – Livro publicado pela Revista Beleléu com 30 versões diferentes para o mesmo texto, no traço de 12 artistas renomados dos quadrinhos nacionais.

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A Zica 1 – Revista de ilustrações, quadrinhos e arte de rua editada em Belo Horizonte com a participação de diferentes artistas do Brasil. A cada edição três temas são definidos e trabalhados pelos participantes. Na primeira edição, foi putaria, ficção científica e propaganda.

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LoveHurts  – Resultado de anos de relacionamentos, corações partidos e zines, LoveHurts é uma história em quadrinhos independente escrita e ilustrada por Murilo Martins.

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Com a palavra, os ilustradores – Primeira publicação da editora Mandacaru Design, traz “causos”, memórias e experiências relatadas sob o ponto de vista dos artistas de quem, geralmente, só conhecemos os traços.

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25 Postal & Poema – Ale Kalko –  Ilustrações e poemas de Ale Kalko em forma de postal que nunca chegaram ao seu destinatário final.

Todas as fotos © Rodrigo Albuquerque

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