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Ao longo da vida, são várias as pessoas que passam por experiências traumáticas e muito variáveis as formas de lidar com elas. Alguns preferem nunca falar sobre o assunto, outros optam por compartilhar com o mundo em busca de apoio, outros ainda se refugiam na escrita ou na sua própria arte. Leah Hayes, além de escritora, é também artista, baseada em Nova York, e encontrou no desenho o melhor meio de expressar os conceitos e dificuldades da brutal experiência de um aborto.
No livro que está prestes a lançar, Not Funny Ha-Ha: A Handbook for Something Hard (“Não é Engraçado Ha-Ha: Manual para Algo Difícil”, em tradução livre), a artista ilustra as duras realidades do aborto, tanto cirúrgico como farmacológico. “Eu senti que tinha algo a dizer sobre o que é abortar, e desenhar é a minha forma de contar essa história“. Hayes explicou, em entrevista ao BuzzFeed, que a ideia do livro “não é definir o que é certo ou errado“, mas oferecer uma nova perspectiva sobre um tema tão sensível e ajudá-la a lidar com seus próprios sentimentos acerca dele.
“A forma de o fazer [através de um livro ilustrado] pode ser pouco convencional, mas eu quis oferecer uma sensação de conforto e abertura, ao mesmo tempo que demonstrava o peso do assunto“, conta a norte-americana. “Not Funny Ha-Ha: A Handbook for Something Hard”, à venda na loja da Amazon, foca a narrativa em duas personagens fictícias, Mary, de 23 anos, e Lisa, de 31, com percursos de vida e escolhas diferentes, mas uma vontade comum: decidir sobre o próprio corpo.
Veja abaixo alguns trechos do livro (legendas com tradução livre):
“Se você descobrir que está grávida mais tarde (por exemplo, não tendo o período), você pode decidir fazer um aborto“.
“Por vezes, essas coisas acontecem”; “Acho que a camisinha furou”; “Uh-oh”
“E por vezes, você simplesmente não está numa fase da sua vida em que faça sentido ter um bebê”; “Seja qual for a razão, tudo bem. É a sua razão“.
“Nossas histórias são sobre uma garota a que chamaremos de Mary e outra a que chamaremos de Lisa”.
“Essas meninas não se conhecem e moram em lugares diferentes. Lisa mora na cidade enquanto Mary mora em um vilarejo. Ambas decidiram fazer um aborto quando descobriram que estavam grávidas. Uma decidiu fazer um aborto cirúrgico e outra um farmacológico (mas mais sobre isso lá na frente)”.
“O quê? Existem diferentes tipos de aborto? Pois sim”.
“Se puder, a melhor coisa a fazer é primeiro contar para alguém em quem você confie, você não precisa passar por isso sozinha”; “Lisa é muito próxima da família, então decidiu contar para a mãe e irmã. Não foi fácil, mas elas a fizeram sentir acompanhada”.
“Mary não é tão próxima da família, então preferiu não contar para eles. Contou para a melhor amiga.”
“Não se assuste se sentir cólicas, tonturas, calafrios, enxaqueca, náusea, febre”; “Mas, por favor, chame um médico assim que sentir que esses sintomas estão durando mais do que o normal”.
“Quer seja uma decisão complicada ou tomada sem grandes ponderações; quer você tenha um parceiro ou não; quer você tenha uma ótima relação com sua família ou não tão maravilhosa… o importante é você lembrar que a decisão final é SUA e ninguém deve te dizer o que fazer (duh.. é o seu corpo)”.
“Não sei, acho que você está cometendo um erro”.
“… E é por isso que você pode ir se f*der”.
“Por quê este livro?”
“Existem várias razões pelas quais decidi escrever este livro e compartilhá-lo. O tema do aborto é complicado: é colocado muito foco no certo/errado, deve/não deve, a favor/contra, escolha/não escolha, etc… o discurso político começa quase imediatamente na decisão de abortar ou não, e depois se joga descontroladamente para o final do processo. Você abortou: fez o certo ou errado? É conflituosa? Como você se considera, pró-escolha ou pró-vida? Você se arrepende, de qualquer forma? O que significa se arrepender de um aborto? O que significa se arrepender de não ter feito um aborto? O tema está carregado com ideias e questões pesadas, e muitas vezes impossíveis de responder, tanto felizes como tristes, que nos empoderam ou assustam”.
“Eu espero que muitas mulheres e homens possam lê-lo: Eu quero que seja para todos“, explica a autora. “E gostaria que as pessoas o vissem como a interpretação de um ilustrador de algo muito complicado e importante“.
Todas as fotos © Leah Hayes
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