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Entre cores, formas, espiritualidade e muita figuração, mergulhamos nas obras de Wassily Kandinsky na nova mostra em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, até o dia 28 de setembro. Com o título “Tudo Começa num Ponto”, frase dita pelo próprio artista há anos, a exposição reúne mais de 150 obras e objetos entre os quatro andares do edifício, incluindo uma atividade interativa bem interessante para o público.
A mostra tem como base obras do acervo do Museu Estatal Russo de São Petersburgo e algumas coleções particulares vindas de vários países, revelando também outros artistas russos que acabaram o influenciando ou sendo influenciados por ele, para fazer um panorama e inserir o visitante sob sua ótica, embora o pintor, escritor e pensador russo preferia que cada um faça sua devida interpretação. “A maior parte da exposição, apresentada ao público brasileiro, é dedicada justamente aos pormenores que explicam e completam o nosso conhecimento sobre Kandinsky”, afirma a curadora Evgenia Petrova.
Na versão brasileira, a exposição traz alguns itens inéditos, como vitrais pintados por ele e sua segunda ex-mulher, a também artista Gabriela Münter, que revelam um lado bem diferente do artista, com pegada lúdica e infantilizada, feita como maneira de protesto já que o governo comunista não aprovava os quadros feitos por ele. A forte presença da espiritualidade, ressaltando o pensamento de que o espiritual está acima do material, e rituais xamânicos mostram que o artista tinha muito apreço pelas tradições e crenças religiosas russas, o que rendia obras um tanto quanto folclóricas, de estética bem particular e com uma paleta de cores única.
Indo mais além, Kandinsky acreditava que ele próprio era sinestésico, ou seja, era capaz de ver cores em músicas, por exemplo, e suas telas certamente expressam este fenômeno. O artista não poupava cores na hora de pintar. A espiritualidade era representada pela cor azul, enquanto o preto simboliza obstáculos no caminho. O branco simboliza silêncio e pode ser contemplado em muitas telas, em especial no enorme quadro de 1920 “No Branco”, um dos mais belos da mostra. Em contraponto com ela está a obra “Crepuscular”, de 1917, que revela um possível período de angústia com o regime comunista russo e é mais obscura que as demais.
Também era importante para o artista que suas pinturas, mesmo abstratas, fossem interpretadas por quem as visse. Desta forma, colocava diversos elementos figurativos dentro de suas telas, alguns um tanto óbvios a quem se propor a contemplar seus quadros. É notável a presença de pessoas, embarcações, guerreiros xamânicos e musicalidade em seus quadros, como podemos observar abaixo:
É possível notar que o professor da antiga Bauhaus, uma das maiores e mais importantes escolas de design de todos os tempos, deixou uma marca eterna nas artes, não só por seguir a risca a abstracionismo, mas por estar fortemente ligado a este meio, especialmente no que diz respeito a teoria das cores. Com um legado histórico e artístico tão rico e influente, é impossível não ficar curioso diante de seus trabalhos. Dentro um véu no saguão do CCBB, os visitantes podem imergir dentro da estonteante tela “No Branco” através de um óculos especial que permite a interação com a obra. Vale a pena curtir essa viagem artística. Esta é a última cidade por onde vai passar a mostra “Kandinsky: Tudo Começa num Ponto“, que esteve em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e agora São Paulo.
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