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Cercada por muito verde e cheia de curvas, Paranapiacaba tem seus encantos e nem parece que está tão próxima de São Paulo. O pequeno distrito em Santo André, embora pareça parte de Rio Grande da Serra, promove durante o fim de semana a 15ª edição do famoso Festival de Inverno, que traz o público em busca de música, artesanato, natureza e um passeio diferente, comprovando que é possível turistar pelos arredores de Sampa.
Uma das coisas mais atraentes é o estilo tão rústico deste trecho do ABC paulista, com chão de terra batida e muitas pedras, casas simples de madeira e uma estação onde há uma locomotiva inglesa de 1867 e outros mais modernos, de carga. E a simplicidade encanta os olhos de quem vive rodeado por prédios e muito trânsito, assim como também seu lado abandonado é ao mesmo tempo sinistro e convidativo, pois acaba despertando a curiosidade embora esta não seja sua função.
Para a nossa sorte, a vila ferroviária está sendo restaurada e trará melhorias para a população local, além de abrigar ainda mais “turistas”. As ações também visam um novo título, o de Patrimônio Mundial da Unesco, buscado por meio de uma candidatura feita através do governo para que Paranapiacaba mantenha sempre sua essência, do jeito que deve ser. A arquitetura e os recursos naturais foram tombados entre 1987 e 2003 pelos órgãos responsáveis.
Num domingo de sol, chegamos ao festival no segundo dia de programação, que infelizmente só se prolonga até o último fim de semana de julho, dias 25 e 26. Desta vez, a organização está maior e não tivemos dificuldades no acesso, exceto por um trecho de trânsito quando já estávamos próximos do local. Isso porque a CET bloqueou a passagem de carros direto para a Estrada de Paranapiacaba, direcionando-os ao estacionamento oficial, o que acabou não sendo uma má ideia.
Pelo salgado preço de R$ 38, deixamos o carro numa área com seguro, onde pegamos um ônibus (incluso no valor) confortável e com ar condicionado que nos levava até a entrada do distrito em cerca de 10 minutos. Durante a espera da ida, ficamos numa tenda coberta, que nos protegia do sol quente e sempre haviam funcionários por perto, dispostos a esclarecerem dúvidas e encaminhar todo mundo. Ou seja, no final das contas, acreditamos que valeu a pena investir na infraestrutura e organização. Na volta, o processo é o mesmo e não é necessário pagar nada à mais.
Para quem preferir ir de transporte público, é possível ir de trem até a estação Rio Grande da Serra (Linha Turquesa da CPTM), de onde partem ônibus até a Parte Alta da Vila. Outra possibilidade é pegar o ônibus da linha 040, que parte do Terminal Rodoviário de Santo André e segue para o mesmo destino.
Logo que chegamos já avistamos o cemitério e a igreja. Descendo uma ladeira, fomos encontrando as casinhas graciosas e algumas já marcadas pelo tempo e o abandono. Depois de atravessar a ponte, observar os trens e o relógio icônico da estação, chegamos ao centro onde há música ao vivo, food trucks, barracas de comida e artesanato e alguns restaurantes. Mas não se empolgue muito logo no começo, pois há muito a ser explorado. Não deixe de ir ao Mercado Municipal para encontrar doces, cachaças e licores de cambuci, fruta azeda da Mata Atlântica que é um dos trunfos do município, estrelando o Festival do Cambuci nos meses de Abril.
Além disso, prove o sorvete da fruta e o de manga verde (R$ 5 o pote pequeno) na Sorvetes Cambuci e Outros, que fica dentro da casa de quem o produz. Ao lado, há um café charmosinho onde vendem doces, chás, entre outros. Na mesma rua, numa travessa da Av. Fox, há alguns restaurantes bacanas também, com preços atraentes. Outros passeios que ganham destaque são o Museu Castelo, num antigo casarão de 1898 no topo mais alto da colina, bem agradável, e a Casa Fox, que resgata a memória dos moradores e representa como são suas casas, marcadas pela simplicidade, com fogão à lenha e cômodos pequeninos. E dá uma vontade de ter uma!
Quer saber um cantinho bem curioso? Uma casa de esquina com uma placa onde se lê: cão feliz. E basicamente é isso, um lugar onde cães – em sua maioria vira-latas (♥) – convivem em harmonia e tranquilidade, chamando a atenção de todo mundo que passa. Obviamente nós não resistimos e fizemos a linha Felícia, querendo apertar absolutamente todos os bichos, que nem dão muita bola pro pessoal, afinal, a preguiça é maior. Há ainda o Museu Funicular, que guarda um pouco da história da ferrovia com suas locomotivas, vagões, máquinas e ferramentas utilizadas na manutenção dos trens.
Por volta das 15h30 nos despedimos do passeio e já avistamos a neblina chegando. Num dia de sol, aproveite e livre-se das roupas de inverno, mas se for esticar até o cair da noite, leve blusa, calça e o que mais tiver direito, porque esfria bastante. Fora de temporada também é possível conhecer a vila, explorar todos os seus cantos e até acampar. Aproveitem e corram para as colinas!
Festival de Inverno de Paranapiacaba @ Santo André | Dias 25 e 26 de julho Acesso pela estação de trem de Ribeirão Pires ou pela Rodovia Anchieta Mais informações: http://www2.santoandre.sp.gov.br/index.php/paranapiacaba
Todas as fotos © Brunella Nunes
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