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Quando crianças, convivemos muito bem com criaturas que só existem na nossa cabeça, sejam no papel de amigos imaginários ou até as enfrentando diariamente dentro dos piores pesadelos. Já na fase adulta, tais seres se tornam medonhos, bizarros e até grotescos na numa visão menos fantasiosa, um tanto diferente daquela na inocente infância. Com esta ideia em mente, a artista australiana Patrícia Piccinini traz estes traços do universo lúdico infantil para a mostra ComCiência, em cartaz em São Paulo.
Concebidas após estudos de biotecnologia e engenharia genética, as esculturas que fascinam o público no Centro Cultural Banco do Brasil são feitas a partir de silicone, fibra de vidro, cabelo humano e outros materiais possíveis para que pareçam reais, embora sejam surreais. A mistura entre fantasia e realidade resulta num universo em que criaturas geneticamente modificadas dominam a Terra e são aceitas pelas crianças, que se permitem mergulhar no novo e no diferente, livres de preconceitos, afinal, estas criaturas lhes despertam curiosidade e não repulsa.
De fato, para nós adultos, são todas bem esquisitas e ao mesmo tempo um tanto fofas, trazendo à tona alguns de nossos próprios resquícios de infância. As esculturas são sempre pautadas pelo afeto entre criatura e ser humano, tendo a aceitação como tema central, segundo o intuito da artista. Outras mostram pessoas que sofreram mutações ao longo do tempo, como as de dois garotos que têm algumas características físicas típicas de animais, além daquelas que já temos e acabamos nos esquecendo.
O mesmo acontece com demais elementos da natureza, como as flores, que no mundo de Patrícia são feitas de pele humana e pelos, saindo de ovários assim como nós. No subsolo, a cena muda e dá espaço para a relação entre homem e máquina. Criando uma espécie de garagem, foi ocupado com obras que criam este diálogo a partir de máquinas antropomorfizadas. Com tinta automotiva e peças que remetem aos carros e motos, surgem novas relações entre o inorgânico e o orgânico.
Numa sala sensorial, desenvolvida pela educativo do CCBB para agregar um dos temas da mostra, podemos voltar às nossas origens, o útero de nossa mãe. Nestas premissas tão naturais e evolutivas, das quais pouco pensamos ou nos damos conta, a artista busca causar não o impacto, mas a reflexão sobre temas possíveis aliados ao futuro e ao passado. Talvez o imaginário infantil seja uma porta para aceitarmos as diferenças de uma vez por todas, porque as metamorfoses são inevitáveis.
No útero…
“ComCiência” por Patricia Piccinini @ CCBB São Paulo
R. Álvares Penteado, 112 – Centro
De 12 de outubro de 2015 a 04 de janeiro de 2016, quarta a segunda, das 9h às 21h.
Entrada franca
Agendamento de visitação através do site Ingresso Rápido. Evite filas.
Todas as fotos © Brunella Nunes e Fábio Feltrin
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