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A empregada doméstica brasileira que usou livros achados no lixo para se tornar juíza

30 • 11 • 2015 às 08:33
Atualizada em 19 • 05 • 2016 às 06:07
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Certamente você já ouviu histórias de gente com muito poucos recursos e que, com um esforço e superação incríveis, conseguiu atingir seus objetivos. Dessas que te dão vontade de seguir em frente quando você estava pensando em desistir. Antônia Maria Faleiros tem uma dessas histórias de superação.

A mineira nascida em Serra Azul (MG) de empregada doméstica conseguiu se tornar uma juíza estudando com livros que encontrava no lixo.

Filha mais velha e com 5 irmãos, Antônia trabalhou aos 12 anos em um canavial no interior de Minas Gerais. Uma menina esforçada, sempre fazia questão de ler o que via pela frente. Segundo ela, no “acampamento” do canavial, acendia uma lamparina em uma cabana para ficar lendo até tarde da noite.

E, paralelo a esse emprego, Antônia conseguiu se formar no ginásio e fazer magistério. Tudo isso até os 17 anos, quando foi para Belo Horizonte para ser empregada doméstica.

Dra-Antonia-Marina-Faleiros

Na capital mineira, Antônia enfrentou muito perigo: dormir oito meses em um ponto de ônibus, por não ter onde passar a noite. “Eu não podia dormir na casa da patroa. Então dizia para ela que eu morava com uma tia em um bairro distante e para minha mãe que morava com a patroa”, conta Antônia.

Durante esse tempo, ela se inscreveu para um concurso de oficial de justiça no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Como não tinha dinheiro para comprar o material de estudos, Antônia pegava do lixo folhas borradas de um mimeógrafo que fazia apostilas de um cursinho preparatório. O mais incrível: ela ficou em terceiro lugar do concurso.

Depois dessa vitória, a então oficial de justiça foi estudar direito na Universidade e se tornou juíza. Eu rompi uma barreira”, diz Antônia. “Gosto de contar essa história para reafirmar: a filha de uma dona de casa simples e de um trabalhador rural pode sim alcançar o que quer. Todos nós podemos”, completa.

juiza

Todas as fotos: Reprodução

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