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Você já parou para pensar que o feminismo precisa existir para que as mulheres possam sair viajando por aí? Uma tragédia aconteceu essa semana e está aí para provar que o assunto é sério – e precisa ser discutido.
Duas melhores amigas decidem fazer uma viagem incrível para o Equador. As argentinas Maria José e Marina Menegazzo fizeram as malas e embarcaram como qualquer um faria. Só que um porém, as duas são mulheres e viajariam sozinhas. E DAÍ, né? A gente deveria se perguntar…
Só que uma coisa terrível aconteceu. Dois homens confessaram ter matado as meninas enquanto elas andavam desacompanhadas. E a discussão sobre este caso de feminicídio ganhou força na internet por conta de uma carta publicada por uma garota paraguaia que escreveu palavras de feminismo que viralizaram nesses últimos dias.
Ayer me mataron.Me negué a que me tocaran y con un palo me reventaron el cráneo. Me metieron una cuchillada y dejaron…
Publicado por Guadalupe Acosta em Terça, 1 de março de 2016
Para quem ainda não está familiarizado com a palavra, feminicídio quer dizer quando é comprovada as causas de um assassinato exclusivamente motivadas por questões de gênero. Exatamente o que aconteceu com as garotas argentinas.
“Que roupa estava usando? Por que estava sozinha? Como uma mulher vai viajar sem companhia? Se meteu em um bairro perigoso, o que esperava?”, escreveu a amiga indignada com as possíveis indagações que surgiram depois desse caso.
Ainda com o sentimento de injustiça, a estudante paraguaia de comunicação social Guadalupe Acosta postou a carta em memória às vítimas apontando as diferenças entre um homem e uma mulher ao viajarem sozinhos.
O texto também discute a importância do feminismo e levanta um questionamento fundamental: por que mulheres não podem simplesmente viajar sozinhas? Por que ainda nos é impedido o direito fundamental de ir e vir?
Mais de meio milhão de pessoas já compartilharam o post. Veja aqui a tradução na íntegra:
Ontem me mataram.
Neguei-me a deixar que me tocassem e com um pau arrebentaram meu crânio. Me deram uma facada e me deixaram morrer sangrando.
Como lixo, me colocaram em um saco de plástico preto, enrolada com fita adesiva, e fui jogada em uma praia, onde horas mais tarde me encontraram.
Mas, pior do que a morte, foi a humilhação que veio depois.
A partir do momento que viram meu corpo inerte, ninguém se perguntou onde estava o filho da puta que acabou com meus sonhos, minhas esperanças, minha vida.
Não, preferiram começar a me fazer perguntas inúteis. A mim, podem imaginar? Uma morta, que não pode falar, que não pode se defender.
Que roupa estava usando?
Por que estava sozinha?
Como uma mulher quer viajar sem companhia?
Você se enfiou em um bairro perigoso. Esperava o quê?
Questionaram meus pais, por me darem asas, por deixarem que eu fosse independente, como qualquer ser humano. Disseram a eles que com certeza estávamos drogadas e procuramos, que alguma coisa fizemos, que deviam ter nos vigiado.
E só morta entendi que para o mundo eu não sou igual um homem. Que morrer foi minha culpa, que sempre vai ser. Enquanto que se o título dissesse “foram mortos dois jovens viajantes” as pessoas estariam oferecendo suas condolências e, com seu falso e hipócrita discurso de falsa moral, pediriam pena maior para os assassinos.
Mas, por ser mulher, é minimizado. Torna-se menos grave porque, claro, eu procurei. Fazendo o que queria, encontrei o que merecia por não ser submissa, por não querer ficar em casa, por investir meu próprio dinheiro em meus sonhos. Por isso e por muito mais, me condenaram.https://www.hypeness.com.br/2016/03/a-carta-desta-menina-morta-pelo-machismo-e-um-grito-de-libertacao-para-as-mulheres/
E sofri, porque já não estou aqui. Mas você está. E é mulher. E tem de aguentar que continuem esfregando em você o mesmo discurso de “fazer-se respeitar”, de que é culpa sua que gritem que querem pegar/lamber/chupar algum de seus genitais na rua por usar um short com 40 graus de calor, de que se viaja sozinha é uma “louca” e muito seguramente se aconteceu alguma coisa, se pisotearam seus direitos, você é que procurou.
Peço a você que por mim e por todas as mulheres que foram caladas, silenciadas, que tiveram sua vida e seus sonhos ferrados, levante a voz. Vamos brigar, eu ao seu lado, em espírito, e prometo que um dia seremos tantas que não haverá uma quantidade de sacos plásticos suficiente para nos calar.
Fotos: reprodução Facebook
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