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Não são poucos aqueles que alimentam o sonho de empreender um projeto. No Brasil de hoje, com todas as dificuldades que enfrentamos, sobra gente disposta a fazer alguma iniciativa que gere transformação social. Infelizmente, no entanto, a maior parte das pessoas planeja, planeja e não sai do campo das ideias. Por esse motivo, o Hypeness traz hoje a história da Rede Asta e de Alice Freitas, uma de suas fundadoras, e que é um caso emblemático de quem acreditou, pôs a mão na massa e hoje fomenta e capacita 970 artesãs em todo o país.
Ainda com 23 anos, Alice seguia o roteiro trivial de concluir os estudos, ingressar em uma multinacional e fazer carreira. No meio do caminho, porém, uma amiga chamada Renata Brandão a incentivou a largar tudo e viajar. Mas viajar pra quê? Largar tudo e fazer o quê?
Na cara de pau , entraram em contato com o assessor do velejador Amir Klink – ora, viagem era com ele mesmo – e a dica foi: descubram um propósito. Elas logo descobriram e deram a ele o nome de Realice. Venderam seus terninhos e apetrechos de executivas em um bazar, rasparam os cofrinhos e se embrenharam em uma viagem de 4 meses passando por Índia, Bangladesh, Vietnã e Tailândia.
Mas pra quê mesmo? Catalogar e divulgar em um site iniciativas sociais que pudessem servir de inspiração. Deu tão certo que elas receberam mais de 2 mil e-mails de jovens de todo o Brasil interessados em saber como se voluntariar ou iniciar na área social.
Ao voltar ao país, Renata investiu no jornalismo e hoje é a CEO da Conspiração Filmes; Alice mal chegou e desembarcou no AfroReggae, onde aprendeu muito sobre o papel da mulher como eixo central das famílias nas comunidades de Vigário Geral e da Parada de Lucas.
O contato com grupos de artesãs da região gerou nela o insight: criar a primeira rede de venda direta de produtos artesanais do Brasil. 10 anos se passaram e, em meio a muitos tropeços e aprendizados, hoje ela bate no peito e afirma: “Não adianta gastar seu tempo planejando. Onde você vai, não importa; o que importa mesmo é o caminho. E é esse caminho que vai lhe mostra para onde seguir”.
Hoje, a Asta, que, além de Alice, tem como sócias Rosane Rosa e Rachel Schettino, tem parcerias firmadas com 59 grupos produtivos compostos por 970 artesãs. Na fila de espera: 150 grupos. E como funciona a coisa toda? Para começo de conversa, o grupo produtivo tem que atender aos seguintes pré-requisitos:
– Ter pelo menos 3 pessoas na produção;
– Ser de uma região de baixo poder aquisitivo;
– Ter pelo menos um produto com potencial de mercado;
– Ter uma capacidade de produção mínima de 200 peças;
– Ser composto por mulheres em sua maioria.
Tendo passado por esse crivo, um produto específico é trabalhado com o apoio de designers parceiros da rede. Todo um treinamento de capacitação para estocagem, logística e venda é realizado. O primeiro lote então é comprado pela Asta – não há consignação – que revende o produto em uma de suas duas lojas no Rio de Janeiro – uma no bairro de Laranjeiras e outra no bairro de Ipanema – ou no site de comércio eletrônico. A política de quem fica com o quê, por quê e quanto, está lá na Internet pra todo mundo ver.
A inovação, é importante frisar, não ficou ali no caminho e segue enraizada na marca, tal qual um bichinho que coça o tempo todo!
‘E se perguntássemos às empresas o que elas jogam fora, reaproveitássemos esses resíduos e vendêssemos esse ‘lixo’ em forma de artesanato para essas mesmas empresas oferecerem de brindes para seus colaboradores, parceiros ou clientes?’
Pois é, a ideia deu tão certo que as vendas corporativas já respondem por 70% do faturamento da rede, que em 2015 foi de R$ 2,2 milhões.
‘Ok, o grande gargalo do trabalho artesanal é a escala, certo? Ou seria a comercialização? Os dois? Bem, e se criassem escolas de negócios focadas exclusivamente no trabalho das artesãs com tudo o que tem direito: pesquisa, plano de ação, metas e até uma recompensa no final?’
Batata! Hoje já são 18 grupos literalmente na sala de aula em Manaus, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro em uma ação que tem a parceria da Coca-Cola.
“Inovar não é inventar a roda. É fazer a roda girar diferente. E o mais lindo do negócio social é que o universo parece que conspira a seu favor”, diz Alice.
Que o diga Alcidéia Estevão, do grupo artesão Toque de Mão, localizado em Santa Teresa, que produz as bolsas de lona de algodão bordadas e pintadas à mão da foto aí de cima. “Elas mandam trabalho e a gente não deixa por menos.” E a crise? Alguém falou em crise? Diz aí Alice: “O que a Asta faz é um negócio do futuro. Empoderar as mulheres é o nosso core business. Não tem como ter crise em um negócio como esse.”
Mas, enfim, confira você mesmo logo abaixo algumas maravilhas do artesanato brasileiro e que bom que alguém acreditou e investiu nele!
1. Centro de mesa feito de malotes bancários recortados – Produzido pelo Grupo Nós do Ponto Chique de Nova Iguaçu (RJ)
2. Colares com vidrinhos de cosméticos reciclados com tsurus – Produzido pelo grupo Mãos Brasil, de São Gonçalo (RJ)
3. Fridas feitas de bagaço de cana de açúcar processada misturada com papelão – Produzido pela AME (Associação das Mulheres Empreendedoras)
4. Espelhos com a moldura feita com o reaproveitamento de revistas – ArteJor
5. Luminárias feitas com fibra de pupunha resinada – Produzido pelo grupo de mulheres da reserva botânica Silva Jardim
6. Escultura feita com vergalhão de obra – Produzido pelo grupo Dedo de Gente, de Minas Gerais
Todas as fotos © Rede Asta
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