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Há cerca de 60 milhões de refugiados mundo afora neste instante – 38,2 milhões deslocados dentro de seus próprios países, 1,8 milhão de solicitantes de refúgio e quase 20 milhões à procura de um lar estrangeiro. Os números divulgados pelo Relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) impressionam, mas não despertam a empatia causada pelo simples olhar de uma criança.
Foi com essa certeza que o brasileiro André Naddeo lançou o Drawfugees. Nele, o jornalista, que vem trabalhando como voluntário em um campo de refugiados na Grécia, oferece armas potentes para crianças que fogem da guerra: papel em branco, lápis de cor e liberdade para criar. Na sequência, pede para os pequenos artistas resumirem suas intenções naqueles desenhos e posta tudo nas páginas do projeto.
“A imagem vencedora do World Press Photo desse ano mostra uma criança refugiada sendo passada por uma cerca de arame farpado. O trabalho do brasileiro Mauricio Lima que levou o Pulitzer é também sobre refugiados e com muito enfoque nas crianças. Mas ainda falta entender o que estas crianças estão sentindo, o que elas querem dizer, o que estão passando neste momento“, explica Naddeo.
Ahmad, 12, Síria – “Eu estou sozinho aqui. Toda a minha família ainda está lá, tentando sobreviver. Este desenho representa meu pai, minha mãe e meu irmão. E todo o meu país. Às vezes eu fecho os olhos e me sinto em casa. Eu sinto tanta falta deles“.
Rauan, 6, Síria. “Esta sou eu. Eu amo desenhos. Fazem com que eu me sinta dentro do meu próprio sonho“.
Frdos, 14, Afeganistão. “Eu sou afegão, então eu decidi colocar a bandeira no lado do meu coração. Eu tenho muito orgulho disso e quero que todos saibam“.
O porto de Pireaus, situado a poucos quilômetros de Atenas, tornou-se um símbolo da desigualdade. Enquanto cruzeiros de luxo atracam lotados de turistas endinheirados, ávidos por um banho de sol no litoral grego, milhares de refugiados acampam em barracas sem luxo, alimentando a esperança de uma nova vida em algum ponto da Europa. Preocupados com possíveis danos ao turismo (um oásis de receita em meio ao caos econômico), as autoridades gregas tentam de tudo para afastar os visitantes indesejados.
Foi com este panorama que Naddeo se deparou quando desembarcou para iniciar o trabalho voluntário. Para driblar a resistência dos refugiados mais desconfiados, ele passou a pernoitar no acampamento, se aproximando das famílias aos poucos e contando com a ajuda de Morad Changae, um marroquino que traduz o árabe para espanhol. Tudo para estabelecer diálogos francos e ouvir as histórias que realmente interessam. Qualquer contato com as crianças, é claro, só é travado após autorização dos responsáveis. Mas poucas conversas dizem tanto quanto os rabiscos.
“As crianças mostram muitos das emoções, ambições e preocupações através do desenho. Muitos estão sozinhos, longe dos pais, perdendo um período tão precioso da vida. O Drawfugees é um instrumento para traduzir de forma bem direta o sentimento destes meninos e meninas“.
Bayane, 10, Síria. “Esta sou eu, chorando. Eu me sinto muito triste aqui. Na Síria pode não ter mais pão para comer, ou dinheiro para sobreviver, mas nós somos um povo maravilhoso, todos precisam saber disso. A Síria é a minha pátria-mãe e eu sinto saudades“.
Lulu, 6, Síria. “Eu escolhi desenhar um barco. Foi assim que eu vim para a Grécia. Em um barquinho“.
Magied, 8, Afeganistão. “Eu amo flores porque elas são como a vida deveria ser: coloridas“.
Asma, 10, Afeganistão. “À direita, a bandeira do meu país. À esquerda, a Grécia, onde eu vivo por enquanto. No meio, o Bob Esponja, meu desenho preferido. Mas eu não posso mais assistir porque não tem televisão aqui no porto“.
Linin, 9, Iraque. “Esta é a minha cidade, Bagdá, e eu. Ah, e o arco-íris, tão colorido. Eu sinto falta das cores do meu país. Na verdade, eu sinto falta de muitas coisas“.
Hebir, 13, Afeganistão. “Nesta semana, a tocha olímpica passou por aqui antes de seguir para o Brasil, mas eu não consegui vê-la. Este é o ex-jogador brasileiro de vôlei Giovane Gávio carregando a tocha. Eu queria ver as Olimpíadas 2016 no Rio de Janeiro, seria um sonho“.
Fatima, 5, Síria. “Eu não sei desenhar direito. Eu sou tímida“.
Ahmad, 12, Síria. “Quando eu olho para o mar, meu sonho é ir embora daqui e ir até uma ilha isolada, onde não há guerras. Apenas paz e tranquilidade. E amor“.
Você pode seguir o trabalho de André, e o projeto Drawfugees, no Facebook ou no Instagram.
Todas as fotos © André Naddeo
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