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Não tomar o todo por uma pequena parte é sempre uma boa medida para se evitar injustiças, racismos e generalizações contra grupos ou indivíduos. Hoje a comunidade muçulmana pelo mundo sofre excessivamente desse tipo de leitura, que condena um grupo amplo, diverso e cheio de camadas como se todos fossem a diminuta minoria que usa do islamismo como prerrogativa para disseminar violência e terror.
A verdade é que se fossemos justos, todo e qualquer grupo, seja religioso, ideológico, político ou até mesmo esportivo, estaria sujeito à mesmíssima leitura. A fim de derrubar esse tipo leitura míope e injusta sobre os muçulmanos, o fotógrafo australiano Matt Palmer decidiu dividir com o público diversas histórias pessoais de alguns membros dessa comunidade.
O ensaio se chama Faces of Islam (Faces do Islã) e reúne justamente retratos e relatos.
“Eu não penso mais sobre isso [usar o véu], não é algo que faço conscientemente. É como vestir uma camiseta ou sapatos… Quando estou me arrumando de manhã, no entanto, e me olho no espelho, me sinto linda com o véu. Me cai bem, e tenho orgulho disso” – Sara, escritora e estudante.
O enfoque do trabalho não é na religião em si, mas sim nas pessoas que formam essa comunidade. As fotos de Palmer retratam muçulmanos de origens diversas que vivem na Austrália, e procuram mostrar o quanto são pessoas com desejos, sonhos e caminhos singulares através e para além de sua orientação religiosa.
“Eu escuto post-hardcore. Quando as pessoas descobrem que eu escuto essa música, eles se espantam. ‘Você ouve esses gritos, e tudo mais?’” – Raheema, universitária
São pessoas que não só não tem a ver como condenam e são também vítimas indiretas do terrorismo publicamente ligado ao Islã. O trabalho funciona como um convite ao diálogo, franco, direto e informal, a fim de que os preconceitos e desinformações possam se diluir para que empatia e afeto possam se construir no lugar.
“Tudo era poderoso, a serenidade com que subimos o monte Arafat, não era possível ouvir um lamento, tudo estava tão calmo, você poderia escutar um alfinete caindo. Na hora em que fomos, havia um milhão de pessoas. Um milhão” – Tia Halima, anciã
“Viver na África do Sul sob a liderança de Nelson Mandela foi um dos eventos que transformou a minha vida. Me ensinou que é possível alcançar mudanças através do comprometimento e dedicação a uma causa. Me ensinou que eu possuo força interior para fazer diferença no mundo” – Naseema, trabalhadora comunitária
“Eu tenho pressa, e estou correndo no caminho de trabalhar com as pessoas para ajudar as pessoas, e nada pode me parar. Minha cabeça está determinada” – Mohamed, trabalhador comunitário
“Nossa tia ligou do hospital e disse ‘seu pai faleceu’. Ficamos em negação, e não consegui compreender isso por um bom tempo. Afinal, ele não estava lá, e eu não o via há três meses. As vezes ainda penso que ele está em algum lugar, e que posso encontra-lo, mas não posso” – Aliya, corretora
“Eu amo crocodilos! Vou nadar com crocodilos esse ano. Eu adoro o fato de que eles não se importam com o que os outros pensam, são criaturas feias mas brilhantes no que fazem” – Safeera, terapeuta
“A melhor parte é quando uma pessoa doente vem até você e melhora das dores e doenças; essa é a melhor parte em ser médico” – Muaz, médico e estudante de medicina
“Eu me relaciono com meu passado ou com outras pessoas vivendo em condições bastante difíceis. E então comparo com onde estou agora, o que conquistei, o que fiz, e sempre me sinto bastante afortunado, muito sortudo, diferente de milhões de outras pessoas” – Rajab, engenheiro
“Havia um dinossauro, mas ele era movido a pilhas. E se você entrasse no túnel escuro, era como se chovesse uma tempestade lá dentro! Isso foi divertido, e não assustador. Mamãe acho assustador. Mamãe tem medo das aventuras que eu gosto” – Laila, estudante da primeira série
“E seja você o rei, a rainha ou o mais baixo dos mendigos, somos todos iguais. Isso foi realmente lindo. Eu realmente aprendi muito quando fui à peregrinação para Meca. Isso mudou minha vida em muitos sentidos” – Janeth, advogado comunitário
“O maior risco que corri foi perceber que a depressão é algo real. E tive coragem de realmente fazer algo a respeito” – Hassen, contador
Todas as fotos © Matt Palmer
Recentemente o Hypeness mostrou a campanha “Não em meu nome”, que mostra que terrorismo não tem nada a ver com religião. Relembre.
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