Público de mais de 50 mil pessoas, line-up de peso, com Criolo, Planet Hemp, Natiruts, Nação Zumbi e outros nomes fortes da música brasileira, organização e atrações diferentes, como o simulador da Harley-Davidson, um half-pipe pros skatistas e bungee jump: o João Rock 2016 foi demais!
Realizado em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, desde 2002, o festival comemorou sua 15ª edição mostrando por que é o maior evento de rock nacional do país.

Foto: Pamela Martins/João Rock
O festival foi dividido em três palcos: o principal, chamado João Rock, o 2002, homenagem à primeira edição, com shows de artistas que estavam lá quando tudo começou, e o Fortalecendo a Cena, com atrações que ainda estão no começo da carreira, mas têm tudo para bombar em breve.
O compromisso com a música nacional é uma das coisas mais legais do João Rock. Aliás, quem abriu o palco principal foi a Vigariztas, banda de Limeira, também do interior paulista, que venceu um concurso promovido pelo evento.

Estamos acostumados a sentir dor no bolso para ir a festivais cheios de atrações gringas, e nos habituamos a achar que a música nacional não consegue bancar eventos desse porte. Com ingressos a preço justo e muito som, o João Rock mostra que esse pensamento está bem errado.
Artistas das antigas, como Paralamas do Sucesso, Ira!, Titãs e Legião Urbana (numa formação especial em homenagem aos 30 anos da banda) seguem empolgando o público jovem, que tem na ponta da língua músicas que marcaram gerações.

Foto: Pamela Martins/João Rock
Entre um show e outro, a galera podia ver umas manobras radicais dos skatistas no half-pipe montado no evento, jogar a adrenalina lá no alto pulando de bungee jump, sentir a potência das motos Harley-Davidson vendo o show dos pilotos ou no simulador que permitia acelerar duas das máquinas da marca sem sair do lugar.

As bandas mais novas também fizeram bonito no palco Fortalecendo a Cena. Marero, Far From Alaska, Supercombo, Dona Cislene e Scalene estão no caminho dos palcos principais. Pode faltar incentivo do governo, mas não talento e vontade para fazer a cultura brasileira acontecer.
Impossível falar do festival sem lembrar dos problemas que seguimos enfrentando, afinal, a arte está aí para isso. Que o digam Planet Hemp e Criolo, os dois últimos shows do palco principal, sempre prontos para colocar o dedo na ferida e fazer a gente pensar.

Foto: Pamela Martins/João Rock
Além das mensagens conhecidas e ainda necessárias sobre a legalização da maconha, BNegão pediu apoio aos estudantes que fazem ocupações pelo país pedindo melhores condições. Criolo questionou os oportunistas que dizem que “agora se preocupam com quem está passando fome”. Onde estavam durante todos os anos de desigualdade social no Brasil?”.
O discurso é afiado e afinado com as canções. Criolo recebeu no palco Tulipa Ruiz e Rael, que se juntaram no esforço para transmitir mensagens necessárias por meio da música. Tudo acompanhado por uma banda de primeira, que nem sempre recebe o destaque merecido.

Foto: Pamela Martins/João Rock
Daniel Ganjaman aproveitou o show para destacar a importância de um festival tão grande acontecer no interior de São Paulo. Temos o péssimo hábito de achar que as coisas só acontecem em algumas capitais. Com ótimas atrações, shows sem atraso, boa estrutura e filas aceitáveis, o João Rock mostra que não é assim.
E teve mais…
Fomos ao João Rock a convite da Harley-Davidson, patrocinadora do festival. Além da parceria para fazer com que o evento aconteça, a Harley preparou algumas atrações especiais. Um estande permitia a customização de camisetas, além de vender peças relacionadas à marca.
Ao lado, um painel chamado “Minha Constituição” convidava a galera a escrever as regras que regem suas vidas. Para começar, a Harley citou três: “Ninguém dirá o que devo fazer. Nem como”, “O trabalho deverá servir à vida, e não a vida ao trabalho” e “Dos mais velhos ouvirei todos os conselhos, as ordens serão ignoradas”.

A Harley também montou um mirante com vista especial para o palco principal. Ali foram colocados quatro painéis em branco, que ao longo do dia foram preenchidos pela arte de grafiteiros. Por ali era possível ver de perto e subir nas motos das famílias Dyna Street e Sportster.

Como se não bastasse, um piloto profissional demonstrou a potência da moto V-Rod Muscle, queimando os pneus e fazendo manobras no Burnout. No Jumpstart era possível experimentar a sensação de acelerar as Harleys Iron 883 e Forty-Eight. Quem experimentou entendeu por que a marca é símbolo da paixão pelas motocicletas.


Foto: Reprodução/João Rock
Reunir gente afim de se divertir em harmonia, incentivando a arte brasileira. Objetivos cumpridos com excelência pelo João Rock e pela Harley-Davidson. Só nos resta parabenizar pela iniciativa e agradecer pela oportunidade. O Brasil pode muito!










Giovanna Paggiossi
Fotos sem crédito: Divulgação/Harley-Davidson