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O ano de 1966 foi o princípio de um sonho e o início de um pesadelo. Há exatos 50 anos o movimento hippie ganhava corpo e vivia seu momento mais florido e idealista. Se o auge de popularidade do movimento viria a ser no ano seguinte e até o fim da década (com os festivais e o surgimento de grandes artistas como Jimi Hendrix e Janis Joplin), foi em 1966 que o amor primeiro se opôs à guerra, e o sonho de uma realidade jovem e nova em mentes expandidas melhor se levantou contra o sistema e o velho establishment.
De 1967 até 1970 a situação política não só nas Américas e na Europa como na África e na Ásia se agravaria de tal forma que o que era puro sonho rapidamente se tornaria um confuso e assustador pesadelo. Mas em 1966, tudo ainda eram flores, de um sonho contundente e verdadeiramente questionador. O movimento hippie foi, afinal, o último grande levante popular que quis realmente transformar o mundo, para além das artes e das comunidades, em um projeto jovem, novo e radicalmente livre. Foi nesse contexto e ano que se deu uma sucessão de discos revolucionários, que viriam a transformar para sempre nossas noções do que a música pop e jovem poderia alcançar.
Os 50 anos dessa lista de obras primas lançadas em 1966, portanto, não poderiam passar em branco, ainda mais no dia do Rock. A ordem dos discos nessa lista é meramente cronológica.
O segundo disco da dupla Simon & Garfunkel, Sounds of Silence é a primeira grande reunião de repertório de Paul Simon, um dos maiores compositores da música americana. O disco traz canções como I Am a Rock e Kathy’s Song, além, é claro, da imbatível The Sound of Silence, um dos grandes clássicos da década e uma das mais icônicas canções folk de todos os tempos. Não por acaso, o disco foi incluído entre as obras a serem preservadas pela biblioteca do congresso americano, por sua relevância “cultural, histórica e estética”.
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Além de trazer os dois grandes clássicos da banda, Monday, Monday e California Dreamin, o disco de estreia do The Mamas and The Papas tem como destaque não só o talento vocal dos quatro membros, a figura estelar de Mama Cass, a produção fonográfica e estética impecável de Lou Adler, mas principalmente uma visão um pouco mais sombria da ensolarado e idílica California. Misturando soul, folk, rock e pop, o disco nasceu para ser o que ainda é: um clássico.
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O quarto disco dos Rolling Stones é um marco na carreira da banda por pela primeira vez reunir um repertório composto inteiramente de canções escritas por Mick Jagger e Keith Richards. Além disso, Aftermath significou um salto estético dentro da sonoridade dos Stones, graças principalmente ao gênio de Brian Jones. Dois anos antes de morrer, o guitarrista dos decidiu, sob influência do que os Beatles estavam fazendo, introduzir no disco instrumentos como a cítara, a marimba, o órgão e o koto. O disco deu à luz a clássicos como Lady Jane, Under My Thumb e Out of Time, e se destaca como primeiro grande álbum de uma carreira tão grandiosa quanto a própria história do rock.
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A disputa pelo título de melhor disco do ano é dura, mas certamente Blonde on Blonde, de Bob Dylan, está no pódio. O sétimo disco do bardo do folk rock significa a imersão absoluta de Dylan em um universo urbano, elétrico, drogado e agudamente moderno, fechando com puro ouro sua trilogia de obras primas de rock dos anos 1960 (depois de Bringing It All Back Home e Highway 61 Revisited, ambos de 1965). Como em todos os discos desse período na obra de Dylan, o repertório é inteiro composto por grandes canções, e impressiona que aos 25 anos Dylan reunisse em um mesmo disco músicas do quilate de Just Like a Woman, I Want You, Visions of Johana e Rainy Day Woman #12&35.
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Não fosse por Revolver, dos Beatles, e o título de melhor disco do ano de 66 (e um dos melhores de todos os tempos) estaria facilmente garantido a Pet Sounds, dos Beach Boys. Revolucionário em tudo, o disco foi inteiro concebido e criado, aos 24 anos, por Brian Wilson, um dos grandes gênios da história do rock. Sua proposta estética, ornamental e de arranjo impressiona, e basta dizer que, sem o Pet Sounds não haveria o Sgt. Pepper’s, dos Beatles (disco pensado por Paul McCartney para superar o trabalho de Brian em Pet Sounds). Como se não bastasse, o repertório é de uma qualidade e beleza poucas vezes alcançado, e tem seu auge em God Only Knows, uma das mais belas canções de amor de todos os tempos.
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Reconhecido como um dos primeiros discos conceituais da história do rock, o trabalho de estreia do Mothers of Invention é inteiramente construído ao redor da visão crítica sobre a cultura pop americana do lendário líder da banda Frank Zappa. Inovador em tudo, Freak Out! é um dos primeiros discos duplos da história do rock (e provavelmente o primeiro disco duplo de estréia de uma banda).
Indo do blues às colagens sonoras de vanguarda, o disco é verdadeiramente singular, como um trabalho um tanto surrealista e experimental, apontando para o universo de profunda invenção, intensa produção e criatividade que marcaria a carreira de Zappa dali em diante.
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Há quem diga que Revolver é o melhor disco dos Beatles; há quem diga que Revolver é o melhor disco de todos os tempos e ponto final. Seja como for, junto de seu antecessor, Rubber Soul, e de seu sucessor, o imbatível Sgt. Pepper’s, esse disco solidificou a posição dos Beatles como a melhor banda de todos os tempos.
Um dos mais arrojados e inovadores discos em todos os sentidos (das técnicas de gravação ao repertório, passando pelos arranjos, o estilo e as experimentações sonoras e temáticas), Revolver é o grande passo além da música pop de então. Seu repertório impecável traz Eleanor Rigby, Taxman, For no One, Here There and Everywhere, Yellow Submarine, She Said She Said e Tomorrow Never Knows, entre outras. Um disco para se mergulhar de cabeça e nunca mais sair.
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Roky Erickson tinha somente 19 anos quando lançou The Psychedelic… com sua banda, 13th Floor Elevators, em 1966, e inventou o rock psicodélico (foi nesse disco inclusive que a palavra foi usada pela primeira em um título). Sua música ajudou a formar um estilo de vida, advogando pelo uso de drogas alucinógenas como meio para expandir a mente e alcançar verdadeira liberdade espiritual. Para ele, a psicodelia não era simplesmente uma capa estética interessante, mas sim uma força de transformação social, musical e mental.
O que faz desse disco um marco inesquecível não é sua filosofia é seu som: os enlouquecidos vocais de Erickson, a sonoridade melodicamente perfurante da guitarra, e os ruidos alucinantes de Tommy Hall soprando um jarro (!) formam uma banda de intensidade rara, que ajudou a dar o pontapé inicial da sonoridade que tomaria o mundo no ano seguinte.
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Reunindo três dos maiores instrumentistas de todos os tempos, o Cream é o primeiro supergrupo da história do rock. Com Eric Clapton na guitarra, Jack Bruce no baixo e Ginger Baker na bateria, o primeiro disco do Cream dá origem não só a meteórica carreira da banda, mas à própria noção de power trio. O peso então inédito do disco faz de Fresh Cream um gesto instrumental na fundação das bases do que viria a se tornar, por exemplo, o heavy metal e qualquer outro rock realmente pesado. Os apontamentos psicodélicos na feitura das canções, ornamentados pela impressionante cozinha Heavy jazz de Baker e Bruce, e com nada menos que a guitarra de Clapton para construir a liga desse som fez do Cream um violento acontecimento fundador.
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O disco de 1966 de Roberto Carlos é o único brasileiro na lista por motivos evidentes: o rock, então incipiente por aqui, ainda não produzia tantos artistas de destaque, e ainda mais grandes discos de rock propriamente (vale lembrar que o Tropicalismo só daria as caras no ano seguinte). Esse o primeiro disco “sério” do próprio Roberto, que começa nele a abandonar exclusivamente o universo adolescente e das temáticas originais da Jovem Guarda, para começar a expandir sua atuação. Negro Gato, Querem Acabar Comigo, Nossa Canção, Eu Te Darei o Céu, Namoradinha de um Amigo Meu e É Papo Firme fazem parte do repertório do cantor que cada vez mais se tornava o rei.
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© fotos: divulgação
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