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Para entender um pouco mais a razão de ser da luta das mulheres, e de que forma, entre tantas, o machismo foi sendo profundamente enraizado e naturalizado em nossa sociedade, vale a pena dar uma olhada nessa coleção de cartões postais do início do século passado. Usados como material de propaganda, os cartões advogavam, com argumentos ora delirantes, ora violentos, contra algo que hoje parece natural, mas que teve de ser conquistado a duras penas: o sufrágio feminino – o direito das mulheres ao voto.
Quero votar, mas a minha esposa não me deixa. No quadro: Todos trabalham menos a mãe: ela é uma sufragista.
A coleção pertence ao arquivo da professora Catherine H. Palczewski, da Universidade de Iowa, e foi levantando nos últimos 15 anos. As propagandas compreendem um período de 1900 até 1914. O voto feminino universal no Brasil só foi instaurado em todo o país em 1932.
Origem e desenvolvimento de uma sufragista. Aos 15 uma princesinha, aos 20 uma coquete, aos 40 ainda não se casou, aos 50 uma sufragista.
É interessante olhar o passado e se valer do poder revelador do tempo para notar como ondas conservadoras costumam propagar previsões apocalípticas para o futuro diante de todo e qualquer esforço por algo supostamente tão óbvio e fundamental quanto direitos iguais para todos. Mesmo que a realidade mostre que tais previsões jamais se confirmam (e que a igualdade é um bem maior, que melhora a vida de todos sempre), os discursos permanecem em muitas esferas iguais até hoje, no que diz respeito às lutas feministas, negras ou LGBTs.
Quando as mulheres votarem. O trabalho do marido: segunda dia de lavar a roupa, terça remedar a roupa, quarta limpar a casa, quinta esfregar o chão, sexta ir ao mercado, sábado outros tipos de trabalho e domingo ainda mais trabalho.
Impressiona como algumas das lógicas ofensivas dispostas ainda são usadas hoje como pretensos argumentos. Quem quiser, portanto, saber como parecerão no futuro os que hoje costumam debochar das feministas e diminuir essa causa, é só olhar para o quão absurdos são esses cartões – que agora podem parecer coisa do passado, mas há não muito tempo eram símbolos da mais pura (e dura) realidade.
Quem falou em divórcio?
Dia das eleições!
Não se preocupe, o pior ainda está por vir.
A vida é um aborrecimento, um atrás do outro. Nos cartazes: como um lar sem uma sufragista.
Isto não é um trabalho de homem.
O lugar de uma mulher é em casa.
O que eu faria às sufragistas.
A mãe ganhou o hábito.
Eu não fiz nada, mas não farei de novo.
As sufragistas atacando um policial.
Descarregando no marido: eu te digo que nós vamos ter o direito de votar! Sim, sim, sim – ele responde.
Sufragistas que nunca foram beijadas.
Enigma: encontre o chefe de família.
Ninguém me ama. Acho que vou ser uma sufragista.
© imagens: divulgação
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