Debate

Ruas de São Paulo deixam (finalmente) de ter nomes de militares ligados à ditadura

26 • 07 • 2016 às 11:18
Atualizada em 26 • 07 • 2016 às 11:27
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

O fim da ditadura militar iniciada em 1964 já completou 30 anos, mas os responsáveis pelos regimes continuam sendo homenageados em várias cidades do país. Seus nomes batizam escolas, pontes e avenidas, mas isso vem mudando nos últimos anos. E São Paulo deu um grande passo nessa direção.

O Elevado Presidente Arthur da Costa e Silva, conhecido como Minhocão, foi batizado em homenagem ao Marechal que governo o país entre 1967 e 1969, período em que o regime endureceu seus métodos de controle. A partir do dia 25 de julho de 2016, a via passa a se chamar Elevado Presidente João Goulart, o governante deposto pelo golpe militar, por planejar reformas políticas e trabalhistas profundas.

(Foto: Marcelo Camargo/ABr) Minhocão fechado para lazer. (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

A mudança faz parte do programa Ruas de Memória, lançado pela prefeitura paulistana em 2015 com o objetivo de alterar os nomes de logradouros públicos que “homenageiam pessoas vinculadas à repressão do regime militar, os ressignificando com o nome daqueles que lutaram pela democracia, liberdade e direitos humanos”.

01-04-2014-joaogoulart João Goulart (Foto: Reprodução)

Segundo a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, existiam em São Paulo, em 2015, 38 logradouros batizados em referência ao período, dos quais 22 homenageiam ditadores, torturadores ou chefes dos serviços de segurança que serviram à repressão.

No mesmo dia, uma avenida do Grajaú, na zona sul da cidade, foi rebatizada de General Golbery do Couto e Silva para Giuseppe Benito Pegoraro. O militar participou do movimento que culminou no golpe de 64 e chefiou o Serviço Nacional de Informação, órgão de inteligência fundamental para a repressão do regime. Já Giuseppe foi um missionário italiano atuante nas comunidades paulistanas e professor da Faculdade de Teologia da Arquidiocese de São Paulo.

Costa e Silva Costa e Silva

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