As vezes basta olhar para o passado para entender de onde vieram certos preconceitos que persistem no presente – e se espantar para, ao mesmo tempo, morrer de rir. O filme Marihuana!, de 1936, é um ótimo – e risível – exemplo de como a maconha era retratada no passado. A premissa do filme é tão simples e direta quanto delirante: se você fumar maconha, você vai acabar louco, cometendo crimes, preso ou morto.

O desenrolar dos fatos no roteiro impressiona, e faz valer o spoiler, de tão caricato e falso: a protagonista fuma maconha em uma festa e, uma coisa levando à outra, acaba transando na praia, engravidando, seu namorado é morto pela polícia, ela foge de casa, acaba tendo que entregar a filha para adoção, vicia-se em heroína, se torna uma traficante e sequestradora (o “surpreendente” final será mantido em segredo para quem quiser assistir).
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Apesar de ridiculamente absurdo, de uma maneira ou de outra ainda são essas ideais que baseiam grande parte do estigma que sustenta ainda a ilegalidade da maconha – que cada vez mais se comprova o bem que pode fazer seu uso em diversos casos.

O próprio cartaz do filme ilustra perfeitamente a absurda leitura que se fazia e ainda se faz da planta: Vergonha, horror, desespero, a erva enraizada no inferno, ódio, crime, miséria, estranhas orgias, festas loucas – tudo por conta da maconha. Aparentemente, a droga que o autor do filme tomou para escrever tal roteiro era bem mais forte do que um mero baseado.

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Cientistas recentemente afirmaram que a maconha poderia ser a cura para o câncer. Relembre.