Mais de três mil pessoas foram mortas por policiais no Brasil em 2014, segundo o Anuário Brasileiro da Segurança Pública. Isso significa que a polícia foi responsável por um assassinato a cada três horas – um número alarmante e que supera o número de mortes por latrocínio no período. Quando confrontamos este dado com o fato de que os jovens negros têm 2,5 vezes mais chances de serem assassinados no Brasil quando comparados aos jovens brancos, podemos supor que essa relação não acontece por acaso.
Para denunciar essa violência frequente ao qual os jovens negros são submetidos, e principalmente a violência institucional, que parte da Polícia Militar, dois jovens criaram um ensaio fotográfico impactante. O projeto foi elaborado em uma parceria entre o fotógrafo Kauan Almeida e o artista Thawan Dias e pretende questionar o porquê do negro ser sempre visto como suspeito.
Vale a pena ver, ler o relato e refletir:

“É só passar o carro da polícia com a cirene ligada (ou não) que aquele amiguinho, talvez sem refletir sobre seu preconceito, diz para o amigo negro: corre, olha a polícia ai!“

“Existe no Brasil a herança de uma sociedade que se constitui racista (além de homofóbica, meritocrata, machista…). Nossa juventude negra está morrendo. “QUEREMOS VER XS JOVENS NEGRXS VIVXS”.”

“Este trabalho fotográfico se apresenta como um trabalho que visa denunciar a perseguição policial ao povo negro, ao corpo negro, ao jovem negro, sobretudo da periferia. O trabalho surge no âmbito em que as estatísticas de genocídio negro só têm aumentado. Ele se pretende marginal e espontâneo (não nos preocupamos com o profissionalismo).“

“É esse o objetivo deste trabalho fotográfico/artístico: mostrar o corpo negro na abordagem policial e as posições (formas) em que esse corpo se coloca quando suspeito.
+ fotos serão publicadas.
#jovemnegrovivo #nãoaogenocidionegro #corposuspeito #querominhaliberdade“









As fotografias foram divulgadas através do Facebook de Thawan, junto a um questionamento sobre a violência policial, que afeta principalmente os jovens negros. Leia o relato completo:
Todas as fotos © Kauan Almeida