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Servidora pública, com dois diplomas superiores, assessora de um ministro em Brasília, a carioca Mônica Valéria Gonçalves, de 47 anos, é sem dúvida uma mulher economicamente bem sucedida. Moradora de um bairro nobre na capital federal, Mônica é casada com um juiz, com um pequeno detalhe: seu marido é branco, enquanto ela é negra.
Segundo Mônica ao longo de sua vida foram constantes pequenas “confusões” (com muitas aspas) a respeito de sua presença em locais em que negros normalmente só se fazem presentes como serviçais. É comum pensarem que Mônica é secretária de seu marido, funcionária da limpeza de sua academia ou recepcionista. A pior dessas “confusões”, porém, aconteceu em um momento feito para ser especial: em sua lua de mel, Mônica foi confundida com uma prostituta somente por ser negra.
“Meu marido e eu estávamos hospedados em um hotel de luxo. Fomos fazer um passeio na orla da praia, na noite da virada do ano, quando um homem tocou o meu corpo e me assediou abertamente. Levei um susto e gritei com ele, que se desculpou dizendo que achou que eu estivesse ali com um homem branco fazendo programa”, conta Mônica. A hipótese de ser casada com o homem branco que lhe acompanhava sequer passou pela cabeça do homem que a assediou.
Eventualmente, quando descobrem sua posição social, as situações de racismo se atenuam, mas ainda assim ela segue vítima dessas “confusões” – é muito comum, ao invés de dizerem o valor de certo produto, em uma loja, lhe informarem que é “muito caro”. Ela, porém, afirma que já tira de letra tais situações – sua preocupação maior é o futuro, que se exemplifica na escola particular em que estuda sua filha. “Lá são mais de 200 crianças. Negras, apenas a minha filha e outra menina que é filha de uma funcionária”, conta a servidora pública.
Segundo o IBGE, ainda que o total de negros entre o 1% mais rico da população tenha aumentado 5 pontos percentuais nos últimos anos, alcançando 17,4%, esse número ainda está a quilômetros de representar os 53,6% de negros de toda a população brasileira.
© BBC/Brasil – fotos: divulgação
Recentemente o Hypeness mostrou um ensaio sobre racismo dentro de uma das maiores universidades do Brasil. Relembre.
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