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Comprar roupas é a coisa mais fácil do mundo: você entra numa loja, escolhe ou prova a peça desejada e leva pra casa. Isso para uma pessoa totalmente dentro dos padrões do mercado. Para quem está de fora, a coisa é bem mais complicada e, por vezes, frustrante. Para dar visibilidade às pessoas com deficiência, o projeto Meu Corpo É Real reivindica por uma moda mais inclusiva, que enxergue este público como consumidor e crie soluções para deixar sua vida mais prática.
A ideia partiu da estilista e cadeirante Michele Simões, que após sofrer um acidente de carro criou novas perspectivas sobre o corpo e suas relações com a moda. Assim, a facilidade em encontrar roupas para um corpo alto e magro foram trocadas pela dificuldade em vestir ou até mesmo encontrar representatividade para um corpo que é praticamente invisível a sociedade.
De fato, quem não possui deficiências físicas talvez nunca tenha sequer parado para pensar nestas questões. Pensando nas dificuldades e principalmente na falta de informação que a indústria tem em relação aos corpos que estão fora dos padrões hegemônicos, o projeto tomou forma e ganhou fôlego com a produção de um mini-documentário.
Através dos bastidores de um ensaio conceitual (permitindo uma visão menos clichê sobre a deficiência), traz à tona as necessidades que as pessoas com deficiência encontram dentro do setor, fugindo dos estigmas de sempre. Ao Hypeness, Michele contou que existem outros papéis a serem assumidos por este público. “Essa ideia de que deficiente não consome vem quase sempre acompanhada de associações que limitam esse público a papéis de superação, reivindicação ou de consumidores de produtos ortopédicos e hospitalares, o que é totalmente equivocado.”
Letícia, 19 anos estudante de Relações Públicas -Fragilidade Óssea
A primeira tarefa então, talvez, seja enxerga-los antes de mais nada como pessoas e não como vítimas. Assim como quem está dentro dos “padrões”, eles se alimentam, estudam, trabalham, namoram e consomem. Não é porque uma pessoa é cadeirante que vai perder o gosto por moda, por exemplo. “Me lembro perfeitamente da felicidade que senti no dia em que, após muitas tentativas, consegui me vestir sozinha. Parece estranho algo tão comum a maioria, fazer tanta diferença na vida de algumas pessoas. O acesso físico das lojas, o preparo por parte dos atendentes em perceber esses corpos como clientes, o desenvolvimento de peças mais funcionais que levem em conta a identidade desses consumidores, bem como suas necessidades e a representatividade dos mesmos pela própria publicidade, já seriam um bom começo”, contou.
Entre os problemas encontrados no comércio, um deficiente visual, por exemplo, não tem acesso ao o que está exposto na vitrine. Isso aliado à falta de preparo dos vendedores faz com que o mesmo quase sempre dependa de terceiros na escolha de seu produto, impossibilitando questões muito importantes como a autonomia e a própria identificação com o produto no momento da compra.
A tecnologia também pode ser uma porta para alcançar algumas melhorias, por meio do desenvolvimento de aplicativos que informem a localização de cada segmento dentro de uma loja de departamentos, ou o uso etiquetas com QR code com audiodescrição das peça poderia facilitar a vida dessas pessoas até no dia a dia ao escolher suas roupas em casa. No final das contas, cego mesmo é o mercado, que não consegue enxergar ainda o potencial social e até mesmo capital destes consumidores.
Bárbara Barros, 20 anos, estudante de Jornalismo – Baixa Visão Congenita
Sendo assim o principal objetivo do projeto é fomentar a moda, criando uma ponte entre o consumidor e a indústria através de informações menos superficiais, permitindo ao público uma participação mais ativa, via depoimentos de histórias reais no Instagram, envio de vídeos para o canal e contato no Facebook. Confira abaixo o mini-documentário do Meu Corpo É Real:
[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=gqvrVXxWrhY” width=”628″ height=”350″]
Ravelly Santana, 20 anos, estudante de jornalismo – Amputação
Bruno Favoretto, 33 anos Jornalista – Lesão Medular
Fotos: © Marco Maia
Fashion Day Inclusivo
Foi na intenção de expandir novos horizontes que Michele também criou um evento para empoderar este público que carece muito de representatividade. “Percebo o quanto a ausência de referências influencia na anulação desse segmento, tanto por parte da indústria quanto do próprio público. Pensando exatamente nessa questão, o Fashion Day Inclusivo tomou forma, com o intuito de estreitar os laços entre os futuros profissionais, a indústria (parceria com marcas) e os pacientes.”
Quando fez pós em comunicação e cultura de moda, a estilista notou que os estudantes ficavam surpresos e curiosos em relação aos corpos com deficiência e a moda. Isso deu fôlego para que ela montasse o projeto e assim os trouxe para dentro de seu mundo. A primeira medida foi uma pequena imersão no hospital de reabilitação para a quebra de alguns estigmas.
Colocados frente a frente com as necessidades desse público através de uma entrevista, os alunos começam a ter noção de uma outra realidade. “Esse material é discutido para que consigamos apresentar opções de mercado compatíveis com as deficiências apresentadas, culminando numa tarde produtiva tanto para os alunos como para os pacientes, que passam a vislumbrar pelo menos algumas possibilidades de mercado através da apresentação do material pesquisado e do workshop de automaquiagem”, concluiu Michele. O próximo evento ainda não data definida, mas certamente será divulgado pelo Hypeness. 🙂
Todas as fotos © Marco A. de Ávila
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