Fotografia

Exposição retrata sensibilidade e nudez da cartunista Laerte em Porto Alegre

02 • 09 • 2016 às 11:50
Atualizada em 10 • 07 • 2018 às 10:13
Mari Dutra
Mari Dutra Criadora do Quase Nômade, contadora de histórias, minimalista e confusa por natureza, com os dois pés (e um pet) no mundo. Chega mais perto no Instagram.

Quando Laerte procurou o fotógrafo Rafael Roncato para fazer algumas fotos de divulgação, no final de 2012, ela ainda não poderia imaginar no que esta parceria acabaria se transformando. Desde então, a cartunista e o fotógrafo trocaram mais de 100 e-mails. No meio das mensagens surgiu uma ideia: criar um ensaio nu com a cartunista, que assumiu sua identidade feminina há alguns anos.

A princípio, Laerte foi reticente quanto ao ensaio. Mas, no meio das trocas de e-mails, surgiu uma nova ideia: Rafael sugeriu usar tintas brancas e pretas na composição das fotografias. Foi o que faltava para que a cartunista entrasse de corpo inteiro no projeto.

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Cerca de uma hora depois, Laerte enviou ao fotógrafo uma série de desenhos criados por ela que viriam a servir de inspiração para a série de retratos. Deste trabalho de ambos, surgia uma série de fotografias impactantes em que Laerte se despe de corpo e alma em frente à câmera do fotógrafo.

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Desenhos feitos por Laerte para a exposição

O ensaio foi composto durante cerca de oito horas de estúdio. E, embora algumas fotos já tenham sido divulgadas, é a primeira vez que o ensaio completo entra em exposição. A mostra ganhou o título de Adágio e pode ser conferida na Galeria Hipotética (Visconde do Rio Branco, 431), em Porto Alegre – e nós fomos ver de perto as imagens!

Comecei a me sentir feminina ao me despir dessa roupa de homem que são os pelos do corpo. Pronunciar ‘corpo’ já é meio que tirar a roupa. Sempre quis me ver sem precisar de roupas e pelos”, afirma Laerte no material de divulgação.

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Ao entrar na galeria, fica claro que a exposição não é apenas sobre Laerte, mas também uma maneira de levantar as discussões de gênero e liberdade corporal. O próprio texto de apresentação da mostra, que repousa na parede, já dá uma dica do que nos espera, ao nos receber com uma indagação: “Ser na imagem é menos forte que outra possibilidade de ser?“.

A referência à identidade feminina assumida pela cartunista há alguns anos é clara. Laerte hoje é praticamente um ícone da liberdade de gênero. Despida de pelos e de roupas, ela evoca toda sua feminilidade nas imagens em que o próprio corpo se torna um desenho em preto-e-branco.

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A mostra Adágio está ficará em cartaz até o dia 17 de setembro na Galeria Hipotética. A exibição pode ser conferida gratuitamente de quarta a sexta-feira, das 14h às 18h30, e aos sábados, das 14h às 18h.

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Todas as fotos © Mariana Dutra/Hypeness

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