Dificilmente uma discussão sobre a legalização da maconha passa sem que seja feita alguma menção às bebidas alcoólicas. Seja para usar a Lei Seca norte-americana como exemplo de fracasso do proibicionismo ou para apontar a hipocrisia de proibir uma droga e liberar outra que causa tantos problemas, álcool e maconha estão muitas vezes juntos na discussão. E parece que há mais motivos para falar nos dois…

Uma empresa que representa 16 distribuidoras de cerveja em Massachussets está empenhada em jogar contra a legalização. A Beer Distributors PAC doou 25 mil dólares para a Campaign for a Safe and Healthy Massachusetts (Campanha por uma Massachusetts Segura e Saudável), que tem como objetivo se opor à tendência da liberação da erva no país.
O Arizona é um dos cinco estados que terão referendos sobre a legalização em novembro, e a Arizona Wine and Spirits Wholesale Association (Associação de Vinho e Bebidas Alcoólicas no Atacado) está preocupada. Os fabricantes doaram 10 mil dólares para um grupo contrário à mudança. A Califórnia viu o mesmo processo acontecer em 2010.
Álcool e maconha são concorrentes?
Mas a indústria não é unânime quanto aos prejuízos: há empresas de cervejas artesanais que apoiam leis para reduzir a restrição à erva, e um estudo realizado no Colorado, onde a ganja é liberada para fins recreativos, demonstrou que as vendas de bebidas alcoólicas não caíram após a legalização.
Unanimidade ou não, as doações demonstram que interesses financeiros de alguns grupos, como também a indústria farmacêutica, podem influenciar diretamente em decisões que deveriam ter a população como principal interessada.
Com informações do The Intercept.
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