Debate

Nomeado por Temer para Comissão da Anistia aparece em documentos como colaborador da ditadura

02 • 09 • 2016 às 09:36
Atualizada em 04 • 09 • 2016 às 14:12
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Nomeado nessa sexta-feira, 2, para integrar a Comissão de Anistia, o ex-sargento do Exército – durante o regime militar – e advogado e professor de direito em Natal (RN) Paulo Lopo Saraiva, aparece em documentos do Serviço Nacional de Informação (SNI) como sendo um dos militares que colaborou com a ditadura.

Como militar, Lopo serviu na 2ª do Quartel da 7ª Brigada de Infantaria. Em um dos informes do SNI, de novembro de 1978, Lopo aparece como um militar que prestou serviços à ditadura. Segundo o texto, ele “Foi sargento do Exército e, na época em que servia no QG da antiga ID/7, desempenhou funções na 2ª seção, antes e depois da Revolução de 31 de março de 64, onde participou de ações contra a subversão, tendo atuado como escrivão de inquérito instaurados para apurar corrupção em prefeituras do interior do estado”.

Um outro informe do SNI, de 1982, fala do advogado como alguém que já fez críticas ao regime militar, mas que fez também elogios públicos ao governo de João Figueiredo, último general-presidente da ditadura.

No livro publicado por ele, “A maçonaria e a revolução de 64”, publicado em 1976, Lopo enaltece o golpe de 1964, que define como “mais uma página heroica que os militares escreviam na história da pátria, numa comprovação inconteste da autenticidade do seu gesto ao longo da vida brasileira”.

dita

Segundo informações da Comissão da Verdade da UFRN, o relatório do grupo não chegou a dados conclusivos sobre Paulo Lopo, mas a partir de depoimentos, cartas e documentos do Arquivo Nacional em Brasília é possível concluir que ele era parte de um grupo político diferente daqueles que combatiam o regime autoritário.

Em resposta, Paulo Logo Saraiva, negou que tenha colaborado com os militares. Ele confirmou que era sargento do Exército durante a ditadura, mas garantiu jamais ter atuado contra atos subversivos. Ele disse que desconhece o informe do SNI que menciona seu nome e defende que, ao contrário do que diz o documento, foi perseguido pelo regime militar.

Com informações do Globo.

Imagens: divulgação

 

Publicidade

Canais Especiais Hypeness