Concursos de beleza mundo afora não costumam ser os eventos mais inclusivos, mas há alguns que escolhem outro caminho e ajudam a transformar nossas percepções de beleza. No Quênia, por exemplo, um concurso de beleza exclusivo para albinos tem ajudado a combater o estigma e os abusos que as pessoas com essa doença genética sofrem cotidianamente.

O albinismo causa uma redução na quantidade de melanina e pigmento na pele, cabelo e ou nos olhos. Por isso, principalmente no Quênia, as pessoas com albinismo muitas vezes enfrentam abusos e violência, já que a diferença no tom de pele não é bem vista por lá. Além disso, há casos ainda em que as pessoas com albinismo são rejeitadas pelo pai, por este achar que foi traído pela mãe.

Em alguns países africanos, a situação é ainda pior. Há quem acredite que as pessoas com albinismo têm poderes mágicos, por isso suas partes do corpo são cobiçadas no mercado clandestino, onde são vendidos por milhares de dólares. Em abril deste ano, a Anistia Internacional denunciou o assassinato de um bebê albino no Malaui.

Para tentar desmitisficar a condição genética dessas pessoas, a Kenya Albinism Society organizou o concurso de beleza ‘Mr. and Miss Albinism Kenya‘, realizado no fim de outubro. Vinte homens e mulheres com albinismo disputaram o título, tendo que desfilar na passarela, dançar e cantar para o público. Ao final, foram coroados Jairo Ong’etta e Loise Lihanda.

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