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Talvez você se lembre de Leah Remini como a atriz que co-estrelava a série The King Of Queens, lançada no Brasil como O Rei do Bairro. Quem sabe você se lembre de Leah do filme Dias Incríveis. Seja como for, a atriz americana agora se colocou em uma nova e nobre missão – essa sim, pela qual deseja ser lembrada, pelo bem de seus colegas, de centenas de milhares de pessoas e do futuro da humanidade: revelar a verdade por trás da Cientologia, a obscura religião que já arregimentou milhões de pessoas pelo mundo, inclusive diversas celebridades como Tom Cruise, John Travolta, Lisa-Marie Presley, Jeffrey Tambor, Christopher Reeve, Isaac Heyes, Beck, Laura Prepon e Kirstie Alley.
Por décadas Leah foi também uma dessas celebridades, que tanto ajudaram a trazer publicidade e, assim, novos seguidores para a seita. Pois além de famosos e seguidores, a Cientologia reuniu, em suas mais de seis décadas de atividades, uma coleção de seríssimas acusações contra suas práticas e integrantes, como abuso físico, forçar mulheres a praticarem aborto, manter pessoas em cativeiro, abusos sexuais, assédio, perseguição, violação de privacidade, fraude, extorsão e charlatanismo.
Esse aspecto sombrio de sua antiga religião que Leah pretende revelar, em uma nova série documental, chamada “Escravos da Cientologia”. “Eles estão destruindo a vida das pessoas. Abuso mental, abuso sexual, pessoas sendo presas”, ela diz, concluindo que o que ela poderia fazer era expor essas história.
Fundada em 1952, a Cientologia nasceu da cabeça de L. Ron Hubbard, um escritor norte-americano, então conhecido por suas histórias de ficção científica e fantasia, publicadas dentro do gênero conhecido como pulp – publicações populares, de baixa qualidade tanto em seu papel e impressão, quanto em seu conteúdo. Em seu início, a Cientologia funcionava como uma pseudociência de auto-ajuda, baseada nos princípios do que Hubbard chamou de dianética, um sistema pensado em 1950 por Hubbard para funcionar como uma terapia, e não uma religião.
E aí começava o problema: ainda que se apresentasse como uma ciência, a dianética – que se tornou o principal meio para arrebanhar seguidores para a Cientologia – não preenchia nenhum dos requisitos considerados para ser reconhecida como tal, e a grande maioria de seus auditores, lidando diretamente com a saúde física e mental de pessoas, não possuía qualquer formação ou especialização profissional em áreas como a medicina, psicologia, psiquiatria ou mesmo formações religiosas.
Em 1952, quando já era acusado de charlatanismo, foi que Hubbard publicou os princípios de sua nova religião. Em 1954 a primeira igreja da Cientologia foi aberta, na Califórnia.
Suas doutrinas defendem, entre mil outras arbitrariedades, que as pessoas seriam em verdade “imortais”, mas que teriam esquecido de sua “verdadeira natureza”. As “almas” (conhecidas no meio como ‘thetans’) teriam vivido em outros planetas antes de reencarnarem na Terra. Para se resgatar a imortalidade, é preciso atravessar um processo no qual se enfrenta os momentos mais traumáticos de sua vida, através de um programa intenso realizado pela Igreja. Os ensinamentos só são revelados aos crentes, no entanto, mediante o pagamento de milhares de dólares à Igreja. Não por acaso, outra prática comum na Cientologia é a condenação irrestrita da psicanálise.
Interior de uma igreja na Flórida, nos EUA
E desde então, na mesma medida em que a religião nasceu e cresceu, cresceram as acusações e os olhos da justiça sobre a Cientologia. Em 1958 o status reconhecido de ‘religião’ já começou a ser revisto nos EUA, e em meados dos anos 1960 a doutrina de Hubbard começaria a ser proibida em diversos países – a partir principalmente da conclusão de um conselho australiano, que concluiu que a igreja praticava “hipnose de comando”, na qual o hipnotizador assume posição autoritária e de controle sobre o hipnotizado.
Aos poucos, tornar-se membro da Cientologia não se resumia a assumir as doutrinas prévias, mas principalmente em aceitar as orientações de Hubbard sem qualquer questionamento.
David Miscavige, atual liderança da igreja
Hubbard viria a morrer em 1986, e seu cargo foi assumido por David Miscavige, que comanda a igreja até hoje. O reconhecimento da Cientologia como religião cresceu nos anos 1990, mas são diversos os países que não aceitam o seita como uma religião oficial. Da mesma forma, os processos, investigações e denunciam não cessam em surgir, tornando-a um dos mais controversos movimentos religiosos a surgir no ocidente desde a religião Mórmon.
A relação de Leah Remini com a Cientologia começou cedo em sua vida, quando a atriz ainda tinha 9 anos. Sua dedicação foi irrestrita até meados dos anos 2000.
Em julho de 2013, no entanto, Remini se desligou da igreja, informando que seu desligamento se dava por ter sido proibida de questionar qualquer ato da coordenação de David Miscavige (a quem até hoje Remini acusa de corrupção e diversos outros crimes), pelo hábito da igreja de obrigar seus membros a se “desconectarem” de qualquer antigo membro que se desligue da igreja (fazendo com que casamentos se desfizessem, pais se separassem de filhos e amigos deixassem de se falar como parte obrigatória do crescimento espiritual dentro da religião), e ainda a prática de difamar quem se desligasse da seita. Remini então retirou-se da igreja, e levou junto toda sua família.
“Não queria admitir que aquilo a que tinha me dedicado a vida toda era uma mentira, mas algo dentro de mim me dizia ‘tire-os daqui. Tire os dessa coisa’”, ela afirmou.
Tom Cruise, o ‘pai supremo’ da Cientologia
Dentre as diversas revelações que Remini passou a fazer – principalmente em seu livro de memórias, de 2015 – está a de que teve de doar 1 milhão de dólares para poder pertencer ao círculo de amigos de Tom Cruise, conhecido dentro da igreja como ‘Pai Supremo’. Ainda assim, Remini só pôde estar no casamento do ator com Katie Holmes depois de convencer celebridades de alto calibre, como Jennifer Lopez, a estarem presentes à festa.
Agora Remini segue sua campanha contra a seita de que fez parte por 30 anos através da série documental “Escravos da Cientologia”, contando não só sua própria história, como dando voz a outras pessoas que passaram pelo mesmo processo que ela.
“Durante muito tempo, essa organização multimilionária intimidou vitimas e jornalistas, para evitar que saibam da verdade. Tenho a esperança de que, ao revelar informações que dão consciência ao mundo sobre o que realmente está acontecendo, outras pessoas se sintam estimuladas a falar, para que os abusos possam terminar para sempre”, ela declarou.
A série vem causando escândalo nos EUA desde sua estréia por lá, em novembro do ano passado – e realmente trazendo novas pessoas a revelarem seu história com a religião. Representando da Cientologia tentaram impedir a série de ir ao ar, sem sucesso. Eles, no entanto, negam grande parte das acusações – principalmente as mais graves – e defendem-se sob o direito à liberdade de expressão para justificarem algumas das práticas.
Na série, Remini também relata o processo de investigação que levou a seu desligamento, e que até hoje a faz levantar novos relatos e acusações.
Rodeada de polêmicas, “Escravos da Cientologia“ estreia no canal A&E no dia 21 de março, às 23h15, como um estudo profundo sobre as escusas relações entre a força do dinheiro e a religião e até mesmo sobre as relações humanas como um todo.
© fotos: divulgação
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