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No DogLab em SP, os ‘catioros’ levam seus donos para passear

03 • 03 • 2017 às 15:25
Atualizada em 02 • 06 • 2018 às 10:11
Brunella Nunes
Brunella Nunes Jornalista por completo e absoluto amor a causa, Brunella vive em São Paulo, essa cidade louca que é palco de boa parte de suas histórias. Tem paixão e formação em artes, além de se interessar por ciência, tecnologia, sustentabilidade e outras cositas más. Escreve sobre inovação, cultura, viagem, comportamento e o que mais der na telha.

Certa vez, ouvi que os gatos são para pessoas mais caseiras enquanto os cachorros costumam nos empurrar para fora de casa. Embora existam exceções, comprovei ainda mais essa teoria quando conheci o DogLab, um espaço em São Paulo onde os cães levam seus donos para passear. Digamos que é uma matinê onde a maioria dos baladeiros definitivamente não são seres humanos.

O espaço para cursos, festas e eventos foi idealizado e fundado por Paulo Carrero, que trabalha com animais há 12 anos e hoje já não é mais o responsável pelo local. Quem assume agora é a veterinária Andressa Gontijo, que criou a My Pet’s Nanny, serviço de pet sitters lançado no Brasil em 2010, e é “mãe” de três cachorros.

Uma área ampla a céu aberto no bairro do Brooklyn acomoda a turminha de peludos e seus donos nos dias do happy hour Sem Coleira, evento esporádico e aberto ao público, com entrada a R$ 10 para pessoas. Com abertura às 15h, logo que chegamos já havia uma pequena fila de cães e outros tantos já brincando do lado de dentro.

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Como não poderia faltar música numa festinha, dois DJ’s animaram a tarde com brasilidades, enquanto um food truck e um bar davam conta dos famintos. O jardim é então forrado de cachorros de todos os tamanhos, idades e raças, numa interação animada como a de crianças em um playground no domingo ensolarado.

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Havia um pequeno Jack Russell, mesma raça do cão do personagem O Máscara, que simplesmente não parou de curtir essa vibe um segundo sequer. Era o Java Lee, de 1 ano e meio, irmão do simpático vira-lata Mamute, de 2 anos, adotado através de uma ação realizada pela Uber, que levava animais de abrigo até pessoas dispostas a adotarem.

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“O Léo sempre teve cachorro e eu nunca tive. Quando veio morar junto comigo, começou a insistir e na queda de braço ele ganhou. Escolhemos um nome e ficamos com o Mamute, ele é super bonzinho e não dava muito trabalho. Quando fomos no pet shop comprar ração um dia, vimos o jack russell, com três meses, todo fofinho…e eu que não queria nenhum, acabei com dois!, contou Ana Kachel, ao lado do companheiro Leonardo Gon, com quem divide as responsabilidades desses meninos maluquinhos.

A gente sabe bem do que esses bichinhos são capazes de aprontar e, com essa carinha de sapeca, o Java tem muita história para contar. Um sofá foi destruído. Um dia chegamos em casa, o Mamute estava meio acelerado e cadê o Java? Estava dentro do sofá e não conseguia sair! Ele já entrou dentro do pufe também. A Ana me enviou até uma prova do crime: a foto com ele todo pimpão depois de aprontar. À esquerda está o mascote curtindo o dia no DogLab.

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Pra não dizer que estou entregando muito as malandragens do Java, o DogLab estava cheio de danadinhos. As situações engraçadas que só os pets conseguem proporcionar são inúmeras e ali há espaço de sobra para isso. “Dentro da Dog o que mais gostamos de ver são os cães que chegam com muito medo de interagir e passam a se soltar aos poucos e criar confiança nos outros cães, isso é muito legal, e muitas vezes bem divertido!”, declarou Andressa.

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De fato, ter um espaço aberto e seguro para soltar os animais para socializarem é um dos grandes diferenciais do negócio. Enquanto eu tirava fotos, avistei uma bolinha branca de pelos escondida no meio do verde, bem nas bordas da parede. Era a poodle Mel, que estava um tanto insegura ainda para desbravar toda aquela liberdade. Até a hora de eu ir embora, já tinha avistado ela mais solta no meio do jardim, à paisana, observando seus amiguinhos.

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No meio da multidão canina, tinha até cadela gringa, como era o caso de uma Akita que só entendia inglês. Como eu descobri isso? Na hora de posar para a foto, seu dono falou “stay!” (“fique”, em inglês). A boa notícia é que, para os animais, existe uma unidade muito simples, um tanto infantil mesmo: todo mundo ali é cachorro e pronto. Pouco importa o pedigree, o tamanho, a cor e as faltas, como a de um filhote que não tinha visão. Talvez um dos grandes aprendizados para nós, humanos, que adoramos nos encaixar em categorias diversas. Nessa matinê, só não brinca quem não quer.

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DogLab – Bar dogfriendly
Rua Texas, 605 – Brooklyn, São Paulo
Tel: (11) 5041-6243
Informações: vem@doglab.com.br

Todas as fotos © Brunella Nunes e Fabio Feltrin

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