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O último domingo do verão carioca reservou uma outra despedida: foi a noite derradeira do festival Sai da Rede 2017 – o Som que vem da Web. Mas o público que lotou o Teatro I da filial carioca do Centro Cultural Banco do Brasil não queria saber de choramingos. O clima era de ansiedade pelas apresentações que encerrariam o festival com chave de ouro: 13.7 e Rubel.
A ideia do Sai da Rede é levar artistas que vêm causando algum alvoroço na internet para além do mundo digital, diretamente para os palcos de quatro grandes cidades brasileiras – São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, além do Rio. Uma premissa simples e eficiente. Tanto que o festival chegou à sua quarta edição com fôlego de sobra, esgotando os ingressos em todas as noites de apresentação no CCBB-RJ.
“Foi muito bacana. Casa lotada, artistas satisfeitos, público empolgado. Funcionou muito bem o que gente pensou, que era dar um panorama geral da produção brasileira atual. Tivemos da guitarrada do Lucas Estrela ao folk do Rubel, do hip-hop da Tássia Reis ao pop da Mahmundi, o movimento superlegal que é As Bahias e a Cozinha Mineira… A gente sempre procura traçar esse panorama – tanto no sentido geográfico quanto no estilo“, contou o curador Pedro Seiler em conversa com o Hypeness.
O show do 13.7 teve tudo o que se espera de uma banda formada por jovens amigos: energia, descontração, intensidade. E também um pouco do que não se espera, como maturidade, sincronia e domínio de palco. Alguns dos presentes podiam não saber de antemão, mas até os ouvidos menos apurados perceberam durante o show – um dos vocalistas é Chico Chico, filho de Cássia Eller, que arrepiou o público com seus vocais hereditariamente rasgados. Comparação inevitável que em nada compromete a banda. O talento dos cinco rapazes, que apresentaram apenas canções autorais, é indiscutível.
Em bate-papo permeado por gargalhadas, cigarros e piadinhas, os meninos do 13.7 falaram sobre a relação com a internet. “Nossa página nem tantas curtidas assim, na real. Aliás, curte lá! É que a banda é relativamente nova, então nem foi tão divulgada. Mas o caminho é mais por aí do que pelos métodos de divulgação tradicional, sem dúvidas“, disse Chico. “Mas a gente sabe mais se está dando certo pelos shows. Se a galera comparece, se a galera curte. Gravar um disco seria uma boa, temos músicas e vontade para isso. Mas por enquanto o foco é em fazer mais shows mesmo“.
Além de Chico, o outro principal compositor e vocalista da banda é João Mantuano, que ao lado de Miguel Dias (baixo) e Pedro Fonseca (teclado) forma o Mantuano Trio. O baterista é Lucas Videla, que, assim como Miguel, já havia tocado com Julia Vargas no Sai da Rede. São diversos os projetos desses moleques cheios de fome de mundo. “A gente se expressa melhor tocando. A arte é um dos principais caminhos para tentar mudar alguma coisa“, filosofou Lucas.
Ainda deu tempo de tirar umas fotos do 13.7 sob a luz amarela do centro do Rio antes de sair correndo para ver a atração final. Rubel, o carioca que virou um fenômeno na internet após lançar o clipe de “Quando Bate Aquela Saudade” e bater a marca de 8 milhões de views – sem contar os 2 milhões do vídeo só com a música. Sucesso ainda mais surpreendente quando se leva em conta que a faixa foi lançada em 2013, com o disco “Pearl”, e demorou três anos para fazer algum barulho.
Mesmo considerando os números expressivos na internet, o público do show de Rubel impressiona. Olhos vidrados, lábios cantarolando, lágrimas caindo em silêncio aqui e ali. Acompanhado apenas por seu violão, o cantor pede ainda mais interação e recebe de volta um pedido para responder os emails. Ele ri e promete que sim. A apresentação segue assim, em ritmo de conversa, de histórias contadas e cantadas. A última música, claro, é “Quando Bate Aquela Saudade”, fazendo o CCBB inteiro cantar junto.
Enquanto umas meninas esperam para conhecer o ídolo do lado de fora, Rubel me recebe no camarim. Ele confessa também ter ficado surpreso com o sucesso do disco, feito sem maiores pretensões. “Acho que o clipe ajudou a mostrar outra camada da música para as pessoas. Antes, ela passava uma impressão fofinha, romântica. O clipe ajudou a mostrar que essa música também é sobre a falta, sobre não ter quem ou o que você quer. E isso atraiu mais as pessoas“, analisou.
Sobre a relação com a internet e a aproximação com o público que o festival sugere, Rubel lembra que não há nada como o tête–à–tête. “Pelas redes sociais dá para saber quantas pessoas estão te assistindo, curtindo sua página e tal. Mas os shows são a resposta mais concreta. É quando você sente realmente a conexão com as pessoas“. No entanto, ele não despreza os efeitos causados pelo mundo digital. “A cena contemporânea existe por causa da internet. É uma galera que gravou por conta própria e ganhou seu público sem o aval de ninguém. É impossível dissociar a cena da internet“, afirma.
É hora de deixar o camarim e atender os fãs, tarefa que Rubel executa com toda a paciência do mundo. Após tirar uma selfie, expressar sua admiração pelo ídolo e engatar uma conversa amistosa, uma moça não se contém e deixa o CCBB aos gritos. “Eu tô feliz pra car***! Segura minha bolsa que eu vou dar uma estrelinha!”. Se o objetivo do Sai da Rede é promover o encontro entre artista e audiência para além do mundo digital, os idealizadores do festival podem dormir satisfeitos.
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Todas as fotos © Coletivo CLAP
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