Inspiração

Sim, em 500 anos eles mudaram muito; mas continuam sendo índios e merecendo seus direitos

16 • 03 • 2017 às 08:14
Atualizada em 16 • 03 • 2017 às 13:22
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Se um cidadão francês, nascido em Paris, decidir vestir-se somente como um carioca, aprender o português, e passar a desfilar pelas ruas do Rio com uma camisa do flamengo e um chinelo de dedo, ninguém vai lhe acusar de ter deixado de ser francês. Por quê então mantemos esse terrível hábito, diante das pessoas de origem indígena?

Foi para combater o preconceito contra o indígena que não cumpre o estereótipo do índio que trazemos em nosso imaginário – como se esse não tivesse direitos, ou mesmo não fosse mais indígena – que a agência J. Walter Thompson criou a campanha #MenosPreconceitoMaisÍndio.

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O filme é protagonizado pelo povo Baniwa, habitante da região conhecida como “cabeça de cachorro”, na parte mais noroeste da Amazônia. O projeto visa desmistificar a ideia de que existiriam índios “mais puros” do que outros, e quebrar o preconceito de que os indígenas que – como todo e qualquer povo ou etnia – ao longo do tempo se transformaram e transformaram também seus hábitos e tradições deveriam ter menos direito por suas raízes do que outros índios.

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A etnia Baniwa mantém a língua, a relação com o meio-ambiente e a organização social tradicional de suas raízes e, ao mesmo tempo, se permitem incorporar diversos hábitos não-indigenas em sua cultura e cotidiano. Eles toparam participar da campanha justamente por serem questionados de suas identidades o tempo todo.

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O projeto revela o racismo com os índios no Brasil, e ainda aponta um tipo forte de origem de quase qualquer pensamento preconceituoso: a ideia de que outras pessoas possuem o poder de determinar o que determinado grupo pode ou deve fazer – quando, sabemos bem, todo mundo tem direito de ser livre, sem ter sua identidade questionada por isso.

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Se o “homem branco” tanto mudou em 500 anos, por quê não poderiam também mudar os que estavam aqui antes do europeu chegar?

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© fotos: reprodução

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