Debate

A pergunta simples e necessária do cantor Junior no ‘Altas Horas’ sobre o machismo na prevenção da gravidez

25 • 04 • 2017 às 04:56
Atualizada em 25 • 04 • 2017 às 12:48
Tuka Pereira
Tuka Pereira Jornalista há mais de uma década e 'escrevinhadora' há muito mais tempo, Tuka Pereira aborda feminismo a gatinhos fofos com a mesma empolgação. Se existe algo que gosta mais do que escrever é carimbar o passaporte. Já esteve em boa parte do mundo e todo dinheiro que ganha gasta em viagens.

Quando se fala em prevenir a gravidez, deveria ser bastante óbvio pensar que, se duas pessoas praticam sexo, estas mesmas duas pessoas são igualmente responsáveis pelos métodos contraceptivos, certo? Não em uma sociedade machista como nossa.

No último sábado, o cantor Junior foi um dos convidados do programa Altas Horas. No quadro com a sexóloga Laura Muller, o artista fez um apontamento bastante certeiro ao vincular o machismo ao fato da mulher ter a obrigatoriedade de tomar a pílula para evitar a gravidez em um relacionamento.

Falando sobre métodos anticoncepcionais, sobre tomar a pílula. Hoje em dia existe uma discussão forte sobre machismo. Isso me gera uma pergunta. O anticoncepcional, o comprimido, é uma dose de hormônios que a mulher vai receber diariamente por anos na vida dela. Isso pode trazer consequências? Existe outro método que pode ser aliado à camisinha, que pode ser uma alternativa à mulher? Por que cabe à mulher se encher de hormônios? Isso não é um pouco de machismo?”, perguntou o cantor à profissional.

interna_junior

Na resposta, Laura falou sobre a inexistência do anticoncepcional masculino. “Os métodos mais eficazes são os que utilizam os hormônios. As pílulas de hoje não são as mesmas dos anos 1960. Mas, infelizmente, não existe uma pílula masculina ainda. Fica aí na mão da mulher”, respondeu.

É importante lembrar que além de pílulas anticoncepcionais, o DIU – que não foi citado pela sexóloga – também é uma opção comprovadamente eficiente e que não oferece risco à saúde da mulher.

Junior continuou: “Em relacionamentos mais sólidos, talvez seria interessante buscar outros métodos para aliviar a mulher disso. Eu vi (isso na) minha esposa. Quando ela parou de tomar anticoncepcional, a vida dela melhorou muito”.

A sexóloga seguiu dizendo que em algumas mulheres os medicamentos não fazem mal. No entanto, vale ressaltar que, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mulheres que usam anticoncepcionais contendo drospirenona, gestodeno ou desogestrel têm um risco de 4 a 6 vezes maior de desenvolver trombose do que mulheres que não usam. Indispensável consultar o ginecologista com frequência.

Assista à pergunta do cantor:

[youtube_sc url=”https://youtu.be/tkIXPmzoVN4?t=590″]

Todas as imagens: Reprodução

Publicidade

Canais Especiais Hypeness