Inovação

Professora da USP encontra forma incrível de ajudar sua aluna sem visão a acompanhar aula de anatomia

10 • 04 • 2017 às 11:58
Atualizada em 10 • 04 • 2017 às 12:02
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

As aulas sobre a estrutura do sistema nervoso da professora Luciane Valéria Sita costumam ser ilustradas com projeção de imagens, livros ilustrados, vídeos e peças físicas para melhor explicar como funcionam a medula espinhal, tronco encefálico, cerebelo e outras partes que compõem esse complexo e fundamental elemento do corpo e da vida humana. Para Vitória Maria Souza Costa, aluna de terapia ocupacional da Faculdade de Medicina da USP, todas essas imagens ilustrativas teriam de ficar no campo mesmo da imaginação, por um motivo determinante: Vitória é deficiente visual.

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Mais do que simplesmente não poder de fato visualizar, Vitória estava preocupada em acabar prejudicada em suas notas, pelo quanto que os estudos da Neuroanatomia Humana são difíceis, dependendo de fina observação de aspectos e cores das estruturas neurais. Como se não bastasse, o livro principal do curso não existia em formato braile. Foi quando a professora Luciane, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP decidiu “adaptar” para o sentido tátil todo o suporte visual que costuma oferecer em classe.

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A professora Luciane Valéria Sita

As imagens ilustrativas foram impressas em placas e, através de cola quente e diferentes tecidos, passaram a poder ser tateadas em seus contorno, para que assim Vitória – e futuros alunos deficientes visuais – pudesse identificar as estruturas do sistema nervoso.

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As amostras também foram devidamente adaptadas, e o curioso é que a professora comprou todo o material necessário na rua 25 de março, em São Paulo, gastando menos de 50 reais. Além disso, Vitória utilizou uma “Sala de acessibilidade”, da biblioteca da universidade, para que um equipamento tecnológico “lesse” para ela o livro.

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Segundo Luciane, o suporte dos companheiros de classe de Vitória foi também determinante. “Eles apoiaram, abraçaram a ideia e também aproveitaram muito, porque é um método muito mais interessante de aprender”, ela disse. Vitória pode cursar a disciplina com bom aproveitamento, e ainda realizar a prova teórica e prática junto de todos os alunos. Boa vontade, empatia e boas ideias, portanto, não custam quase nada – e o resultado vale milhões.

© fotos: divulgação

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