Basta assistir um dos vídeos do jovem animador Kevin Parry para entender porque ele vem sendo visto como uma versão moderna do grande artista gráfico holandês M. C. Escher: ambos utilizam técnica apuradas e trabalho intenso para provocar no espectador ilusões de óticas difíceis de compreender, mas que provocam tanto divertimento quanto sensações profundas e metafóricas.
Escher trabalhava com desenho ao longo de todo o século XX e, hoje em dia, Kevin trabalha com animações em stop motion, que ele publica em sua conta no Instagram. Os intrigantes resultados muitas vezes parecem tão impactantes quanto simples, mas é certo que por trás de cada vídeo publicado há uma quantidade enorme de trabalho dedicado (e, assim como Escher, Parry adora criar ilusões através de escadas e espelhos).
Entre stop motions clássicos e vídeos que simplesmente parecem impossíveis de serem desvendados, Kevin atua como um mágico – tanto dentro de suas animações, como enquanto animador, fazendo nossos olhos veem aquilo que sabemos que não podemos crer, mas que parece acontecer feito fosse a mais pura – e mágica – verdade.
Escritor, jornalista e músico, doutorando em literatura pela PUC-Rio, publica artigos, ensaios e reportagens. É autor dos livros Tudo Que Não é Cavalo, Boca Aberta, Só o Sol Sabe Sair de Cena e Dólar e outros amores.
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