Escritor dá depoimento poderoso sobre sua trajetória e o trabalho no McDonald’s que ‘deu certo’

Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

A carreira do poeta e romancista com livros publicados, formado em Letras, Mestre e Doutor em Literatura Brasileira Henrique Rodrigues começou numa barraca que vendia cachorro-quente e passou pelo balcão do McDonald’s. Não é à toa que ver adolescentes fantasiados de profissões “para quem não dá certo” chamou sua atenção, e ele publicou uma ótima reflexão sobre o assunto.

Henrique usou o Facebook para se expressar. A notícia, que se espalhou rapidamente ontem, o fez procurar uma foto de quando estava varrendo o estacionamento da lanchonete e trouxe várias memórias, também ligadas a um romance em que ele está trabalhando.

“Quem me conhece um pouco sabe que sou contra a maioria dos patrulhamentos que pululam por aí, e considero o humor uma forma eficiente de luta: não se atira pra matar”, escreveu. Ele relatou que “moleques de classe média” costumavam fazer sujeira e dizer que era “para manter seu emprego”, mas isso nunca o fez achar que estava “dando errado”.

Em vez de apontar o dedo para os adolescentes, Henrique conclui que eles foram educados para se acharem acima de pessoas com profissões menos nobres. “A filha do Obama trabalhou numa lanchonete durante as férias de verão, algo normal para eles lá. Aqui, nesse país rico, pobres têm vergonha de trabalhos assim, e ricos mantêm isso”, exemplificou.

O escritor também lembrou de uma recente visita a uma escola pública, em que falou sobre “como é importante não se sentir superior aos outros por conta das nossas conquistas” e se colocou à disposição para conversar com os alunos e professores da escola gaúcha onde foram registradas as cenas que viralizaram na segunda-feira.

Além de tudo, ele mantém o otimismo: “Talvez nada ou bem pouco esteja dando certo de verdade, mas com educação e a consequente compreensão do outro isso pode se reverter. Tenho muita fé nessa geração.”

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