Fotografia

O trabalho intenso, ousado e perturbador do fotógrafo tcheco Jan Saudek [NSFW]

29 • 06 • 2017 às 07:58
Atualizada em 24 • 01 • 2023 às 14:57
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Hoje um dos mais comemorados fotógrafos do mundo, o artista tcheco Jan Saudek quando jovem precisou superar a censura o medo da polícia secreta dos anos de chumbo do comunismo na antiga Tchecoslováquia para poder exercer com liberdade sua arte.

Explorando temas como morte, erotismo, símbolos políticos, corrupção, inocência e desejo, Saudek teve de se refugiar no porão de sua casa para poder fotografar – ofício que começou a exercer aos 15 anos, em 1950. Lá ele tirou uma grande parte de seus melhores e mais impactantes retratos.

Ainda que dona de uma aparente crueldade inclemente, as fotos de Saudek, segundo o próprio, não retratam nada além da complexa natureza humana. Estão lá o tempo, a religiosidade, o sexo, homem e mulher, os impulsos mais secretos, infância, velhice, o humor e a dor. Saudek não poupa nada e nem faz concessões, defendendo um trabalho que beira o perturbador em seus temas.

Usando quase sempre a técnica de pintar à mão suas fotografias, as imagens de Saudek parecem suceder fora do tempo e do espaço, como em um estado de sonho (ou pesadelo), em que nossas características mais complexas afloram e aparecem simplesmente, como são. Não é por acaso que seu trabalho está nos acervos dos mais importantes museus do mundo, onde Saudek já foi tema de mais de 400 exposições individuais.

Todas as fotos © Jan Saudek

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