Às vezes, para se revelar o verdadeiro efeito de certas decisões desastradas tomadas por políticos na distância e na frieza de seus gabinetes, basta mostrar as consequências – literalmente. Foi assim que uma contundente e, ao mesmo tempo, doce campanha contra a política de proibição de entrada de imigrantes vindos de alguns países (todos muçulmanos) para os EUA, perpetuada pelo presidente Donald Trump, acabou nascendo: mostrando quem são algumas das mais queridas – e idosas – pessoas também proibidas de entrarem no país, e estarem com sua família.
Parte da lei de imigração de Trump proibe que “avôs, netos, tias e primos” de moradores dos EUA, oriundos desses países, também estarão proibidos. Assim, a americana de origem iraniana Holly Dagres simplesmente postou uma foto sua com sua avó, revelando que ela estava banida do país. A hashtag dizia #GrandparentsNotTerrorists, ou Avós, não terroristas. A partir de sua singela hashtag e postagem, muitas outras pessoas seguiram seu gesto e também postaram fotos de suas avós.
Com isso, Holly e uma amiga começaram o perfil Banned Grandmas (Avós banidas, em tradução livre), reunindo tais postagens, e tais avós. Entre as legendas, algumas definem bem o absurdo da lei: “Os EUA estarão menos doce barrando sua entrada”, ou “Minha avó não estará aqui para graduação de sua neta”.
Em entrevista, Dagres comentou o quão absurda é tal lei: “Nenhum dos terroristas do 11 de setembro vieram de alguns dos países banidos”, ela comentou. “Alguém nascido nesses países não comete um ato terrorista em solo americano desde 1980. É por isso que as avós são o rosto perfeito: todos amam suas avós e o que elas representam, tradição e história. Acho que ninguém jamais ouviu falar em alguém com 95 anos ou 82 anos cometendo um ato de terrorismo”.
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