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Quando o Hypeness me desafiou a passar uma semana seguindo rigorosamente o horóscopo, fiquei tensa e empolgada ao mesmo tempo.
Meu sol é em Capricórnio, o que me diz com letras GARRAFAIS e nenhuma piedade que não tenho conhecimento suficiente para falar sobre signos. E tudo que a gente não sabe exige muito estudo e não pode ser levado na brincadeira, já que é levado a sério por muita gente.
Já meu ascendente em Peixes gritou do outro lado que poderia comunicar melhor com vocês justamente por não ser especialista no assunto e mostrar que é possível aprender coisas novas com cada missão que o Hypeness me passa. No fim, já adianto para vocês que meu lado pisciana falou mais alto durante o Desafio. Péra… Pode ser a lua em Gêmeos também, né? Hmmmmm… Fiquei indecisa.
Meu conhecimento sobre o assunto vai um pouco (bem pouco) além do básico. Por influência de Carol, uma amiga leonina e “louca dos signos”, fiz meu mapa astral há um mês mais ou menos. Gostei de algumas coisas, mas também me senti exposta (Como assim eu tenho uma predileção por coisas obscuras?) e permaneci cética para outras. “Isso é muito capricórnio”, ouço Carol dizendo dentro da minha cabeça.
Fazer o mapa astral tinha sido meu auge na imersão porque antes disso só gostava dos memes “A Maisa de cada signo” e “Gatos de cada signo”, que você deve ter lido aqui mesmo no Hypeness.
Na semana do Desafio fui além. Li o horóscopo todos os dias, pensei como ele se conectava com o que estava vivendo, tentando colocar os “conselhos” em prática e observando como as pessoas se relacionam com astrologia. Spoiler: essa última parte foi a que mais gostei.
Eu tentando socializar seguindo os conselhos da minha nova miga, a Susan Miller
A primeira coisa que fiz foi ver o que a grã-mestra dos astrólogos Susan Miller tinha a dizer sobre os meus dias. Susan faz um panorama mensal de cada signo e segundo ela, final de outubro e começo de novembro (período do desafio) seria favorável para socializar de um jeito divertido e isso me ajudaria profissionalmente. “Você sentirá que é convidado para mais eventos e seu círculo de amigos e contatos casuais crescerão”. Bora então tirar essa inhaca de caprica!
A empolgação em ter lido isso durou pouco porque tinha acabado de decidir que voltaria a fazer exercícios e me matriculei no balé. Colocar saia, meia calça, sapatilha com mais de 30 anos e descobrir que perdi a flexibilidade e força há uns dez anos não ajudou no engajamento com o grupo. Me senti deslocada justamente quando era para eu estar bombando de tanta vontade de fazer novos migues. Me ajuda aí, Susan!
Ao mesmo tempo, os amigos mais próximos pareciam distantes: um amigo canceriano estava isolado finalizando o doutorado, outro, aquariano, ocupado demais com o trabalho, outro ocupado demais com o boy, outro triste demais com a demissão. Estaria Susan Miller totalmente errada?
Tive vontade de reclamar com os mais chegados: “Alouuuu, era pra vocês me ajudarem na socialização. Que droga de amigos vocês são!”. Mas aí lembrei de Carol, a leonina. Ela tinha jogado algo importante num grupo do WhatsApp, não lembrava muito o que era. Fui reler. Ela tinha dito que bem no período do desafio, Mercúrio tinha entrado em Escorpião. Era preciso ser honesto, mas também ir com cuidado. Verdades ditas naquele momento poderiam causar uma dor um pouco maior. Decidi não esnobar a astrologia. Não queria correr o risco de perder amigos queridos.
Achava que estava indo superbem. Segui ensinamentos de Carol e Susan Miller nos dois primeiros dias. Sucesso!
Caprica + peixes + gêmeos. Vocês não sabem a loucura que é ser eu.
Até que que no terceiro dia esqueci completamente da missão. COM-PLE-TA-MEN-TE. Acordei, fiz café, trabalhei sem grandes emoções, fiz balé de novo e dessa vez senti que rolou uma integração maior, até consegui dizer umas duas palavras. À noite, encontrei alguns amigos e se um deles me perguntasse “e o horóscopo”? Perguntaria de volta: “Que horóscopo? Do que você está falando?”
Nada me fez lembrar o zodíaco: a batata frita que eu comi no bar, a Coca-Cola que tomei, o show com Tulipa Ruiz, Felipe Catto, Anelis Assumpção, Karina Buhr e mais uma galera. Nada. O show foi ligado aos orixás, coisa linda de se ver, mas nada me dizia que eu estava esquecendo algo. Voltei feliz que consegui pegar o metrô aberto, cheguei em casa e dei de cara com minha gata aquariana que excepcionalmente naquele dia não estava pendurada de cabeça pra baixo em nenhuma janela ou tela de proteção. Dormi como se nada tivesse acontecido. Ascendente em Peixes pode funcionar assim, gente. Meio perigoso.
Oi, gente, este é o céu no momento do meu nascimento. Ele não é lindo?
Mas a conta veio logo na quinta-feira. Abri o olho e PÁ: “OMG, Mariane, você esqueceu do desafio ontem!”.
Coisa de gente feito eu, que é mezzo pisciana e completamente perdida. Gêmeos é confuso também, né? Sabia que ter muito Peixes no mapa daria ruim a qualquer momento..
Pensei em correr atrás do prejuízo, refazer meus passos, tentar ler o horóscopo do dia anterior, mas foi quando lembrei de Mateus, aquariano e outro amigo ligado nas astrologias. “Pô, amiga, tu é muito pisciana mesmo né? Sempre avoada”. Pensei: bom, é isso, foi meu ascendente em Peixes. Segue o baile. Mas com a culpa de capricorniana pesando forte nos ombros.
Neste dia, a coisa desandou mais um pouco. Cheguei a ler o horóscopo e as orientações da Carol e descobri que a lua tinha entrado em Touro. O dia indicava romance, simpatia e bom humor. É sacanagem quando seu horóscopo indica romance e não há qualquer fagulha no fim do túnel. Nada. Nem um “oi, sumida”.
Acreditei no bom humor (risos), mas também não foi fácil ter essa fé no dia em que tive medo por não um trabalho fixo. Seria o horóscopo apenas para pessoas empregadas e casadas? Não, não podia me entregar ao pessimismo. Bora entender melhor esse Touro reinando na nossa vida, né?
Oi, Letrux, tudo bem? Você sabia que você é minha gêmea sem ser?
Foi na sexta-feira que uma luz se acendeu. Não foi o amor que bateu à minha porta, mas foi o show da Letrux, que antes era Letuce, vocês lembram? Será que foi numerologia que fez ela mudar de nome? O fato é que ela é (mais uma) louca dos signos e dedicou parte da apresentação a eles, cantando “Zodiac”, de Roberta Kelly.
É aquela música que pinta em vários casamentos. É massa. Olha só:
“Todo mundo gosta desse assunto porque todo mundo quer saber quem vai comer quem”, resumiu a cantora no show. Fez sentido. E, vem cá, ela dizer isso justo quando a lua entra em Touro? Olha essa Letrux, gente…
Letrux também apresentou os integrantes da banda pelos seus respectivos signos, como o atento tecladista virginiano com ascendente em virgem ou a guitarrista escorpiana, que provava que havia, sim, vida em águas profundas. Pô, sei lá, me senti mais próxima daquelas pessoas depois disso. Eles são feitos de carne, osso e signos, exatamente como você e eu.
Letrux contou ainda que tinha nascido no “dia da recuperação”, coisa que tinha visto num livro de astrologia ou algo assim. Fiquei pensando nisso. Cheguei em casa e descobri que a cantora nasceu no dia 5 de janeiro, como eu! Amiga do céu! Que coisa!
Seria um sinal que me tiraria do ceticismo capricorniano? Ou era uma descoberta que apenas alimenta meu ego? Não sei, gostei da coincidência e percebi algo importante nesse dia. Muito mais interessante que seguir o horóscopo à risca, era perceber por que as pessoas curtiam tanto a astrologia, como elas se conectavam com outras por esses papos e como isso dava, muitas vezes, sentido às coisas boas e ruins da vida ou simplesmente ao inexplicável.
No quinto e último dia de desafio, decidi deliberadamente não ler o horóscopo, mas meus ouvidos estavam atentos ao que as pessoas tinham a dizer sobre isso. Era sábado, encontrei amigos e amigos de amigos em um restaurante no Centro. Um deles não conseguia decidir o que escolher e Amanda, uma pisciana que eu tinha acabado de conhecer, lançou para o indeciso: “Você é Libra?”
Não fazia nem 15 minutos que tínhamos sentado e as oito pessoas da mesa participavam com muito entusiasmo do assunto, que durou mais algumas horas.
Descobrimos como foi difícil para Leonardo, o canceriano do grupo, terminar seu doutorado já que é complicado não ter um chefe. “Cancerianos tem muito problemas em serem autônomos, isso causa muita ansiedade neles. E você tem muita água no mapa”, disse a Amanda ao Léo. Aparentemente também é um perigo eu ter Vênus em Peixes na casa 12. É que isso faz de mim e da pisciana Amanda possíveis interessadas em “boy-problema”.
Usando a astrologia como ponto de partida para tudo percebi que pareceu mais fácil falar das paixões, separações, falta de dinheiro, dúvidas de trabalho, assuntos que geralmente causam angústia e desconforto.
No final do sábado, meu ascendente em Peixes estava feliz com a experiência, o conhecimento, os riscos assumidos no desafio. O sol em Capricórnio estava preocupado por não ter seguido a missão à risca. Mas aí lembrei que Miller tinha razão quando disse, lá no primeiro dia, que socializar me ajudaria no trabalho.
Cheguei em casa e li mais um pouco da previsão. Os astros diziam também que teria um fim semana encantador e que as coisas não poderiam ser tão complicadas como pareciam. Decidi aproveitar a boa vibe do domingo para escrever este texto que você acabou de ler.
Então, fica a dica:
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