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Eu imagino o inferno como um enorme shopping center. Mais além das relações trabalhistas duvidosas que resultam em boa parte dos bens de consumo vendidos nesses lugares, eu também não suporto aquela urgência de consumo, com propagandas de crediário insistindo para que a gente pule de cabeça em uma piscina de dívidas. Foi mal, eu não sei nadar.
Aula de natação em dívida rola?
Depois dessa explicação, dá para imaginar que não foi nenhuma tortura para mim passar um ano sem comprar roupas novas. Minha rotina mudou 0% nesse tempo e o guarda-roupas foi ganhando mais espaço – porque, sim, algumas peças saíram dali durante esse período.
Já faz um tempo que tenho tentado produzir menos lixo e encarar uma vida mais sustentável – rolou até um desafio de passar um mês sem descartáveis aqui. Tudo tem sido uma aprendizagem incrível, não só sobre o nosso impacto no mundo, mas também sobre como me relacionar melhor com cada objeto que tenho ou adquiro. Para mim, é uma mudança que se reverte em muito tempo de qualidade e um pouco de economia.
Então eu queria compartilhar com vocês dois dados que descobri pesquisando os ~ lucros ~ de passar esse tempo sem compras. Os dados abaixo são do Brasil e podem ser conferidos aqui e aqui.
Então, se a gente fizer uma estimativa com base nessas médias, eu economizei uns bons R$ 1.800 e ainda ganhei 112 horas (ou 4,6 dias) de vida shopping-free nesse ano. ♥ Dá para fazer uma viagem bem gostosa com esse dinheiro – e a minha já está programada para dezembro.
Confesso que às vezes também rola uma crise aqui nessa cabecinha e dá vontade de sair por aí comprando tudo o que ver pela frente. Daí eu lembro que o mundo já tem roupa demais dando sopa e que a indústria da moda é uma das mais poluentes do planeta. Se refletir um pouco sobre isso, toda a vontade de pirar nas compras passa rapidinho.
Sim, encontro conforto na comida mesmo! 😉
Uma alternativa à compra de roupas novas é se jogar nos usados. Sério, é só entrar num brechó que você vai ver quanta roupa boa já foi produzida nesse mundo, usada uma ou duas vezes, e descartada. Um mapa colaborativo criado pelo Garimpo lista brechós em todo o Brasil e pode ser uma baita inspiração para quem pretende parar de comprar produtos novos, mas não consegue deixar de lado essa vontade de consumir.
Sabe quando bate aquela deprê depois de abrir o guarda-roupas?
“Ih, preciso comprar umas roupas novas urgentemente“. – você
Vem cá, precisa mesmo? A gente precisa de bem pouca coisa para viver.
Como meu trabalho consiste basicamente em colocar as palavras certas nos contextos certos (o que nem sempre funciona, é verdade), eu acabo refletindo bastante sobre linguagem. E uma coisa que me ajudou bastante nesse tempo foi trocar a palavra “preciso” por “quero“. Parece meio bobo, mas faz a gente repensar várias escolhas impulsivas. Vai por mim, você não tá precisando de roupas novas.
E olha que eu não estou dizendo isso na frente de um guarda-roupas lotado e, sinceramente, nem quero. Não vou contar aqui todas as peças desse armário – cada vez mais – enxuto aqui de casa. Mas vou mostrar elas numa fotinho pra vocês verem que dá sim para ter pouca roupa & comprar menos. Confesso que ficaram de fora da foto umas duas ou três peças que estão lavando e (intencionalmente) pijamas, calcinhas, biquínis e etc.
[Depois dessa foto, aproveitei que as roupas estavam todas juntinhas para separar para doação algumas que já não fazem jus ao espaço no guarda-roupas 🙂 ]
Não tô dizendo aqui que todo mundo pode (ou quer) viver com um guarda-roupas restrito. O fato de que eu trabalho em casa, assim como toda a equipe de redatores aqui do Hypeness, facilita bastante nesse sentido e permite que eu tenha menos roupas do que teria se trabalhasse na rua. Nem todo mundo tem essa vantagem e eu sei que algumas profissões têm códigos de vestimenta bem rígidos.
Eu tava toda feliz contando sobre o meu ano sem compras até que percebi um escorregão: tinha comprado uma meia-calça em março e era uma coisa tão pequena que acabei esquecendo. Fuéeee.
Meia-calça é uma das poucas coisas que desperta meu instinto consumista – e ao mesmo tempo uma das raras que não daria para comprar usada. Na fotinho abaixo, a minha mini-coleção desta peça de roupa. 🙂
Perguntei pra Clara – misto de diretora de conteúdo com oráculo aqui no Hypeness – se ela achava que valia a pena falarmos sobre o desafio assim mesmo, mas ela lembrou que
“foi só uma meia-calça, pô!“
Então aqui estou eu compartilhando com vocês essa história sem compras e com deslizes. E, antes de que você pergunte, já estou pronta pra repetir a dose.
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