Você conhece a história: em 1492, Cristóvão Colombro ‘descobriu’ a América, dando início ao processo de colonização europeia em nosso continente. A região do México era então dominada pelo Império Asteca, que, em 1521 se rendeu aos espanhóis.
Pouco se sabe sobre o início do processo de transição, quando ainda havia muitos nativos ocupando a região, mas já sob o poder do reino espanhol. Agora, um mapa datado de algum ano entre 1570 e 1595, que pode dar pistas sobre o assunto, foi disponibilizado na internet.

O arquivo passou a fazer parte do acervo da Biblioteca do Congresso dos EUA, e pode ser visto online aqui. Há menos de 100 documentos como esse, e poucos podem ser acessados pelo público dessa forma.
O mapa mostra como era a posse de terras e a genealogia de uma família que habitava a região central do México, cobrindo uma área que começa ao norte da Cidade do México e se estende por mais de 160 km, chegando até onde hoje fica Puebla.
A família é identificada como De Leon, tendo como origem um comandante chamado de Lorde-11 Quetzalecatzin, que governou a área até mais ou menos 1480. Ele é representado pela figura sentada num trono vestino roupa vermelha.

O mapa está escrito em náuatle, o idioma utilizado pelos astecas, e demonstra que a influência espanhola atuou para rebatizar os descendentes da família de Quetzalecatzin, justamente para De Leon. Alguns líderes indígenas foram rebatizados com nomes cristãos e ainda ganharam um título de nobreza: “don Alonso” e “don Matheo”, por exemplo.
O mapa deixa claro que as culturas asteca e hispânica estavam se mesclando, pois há símbolos para rios e estradas utilizados em outros materiais cartográficos dos indígenas, ao mesmo tempo em que se vê as localizações de igrejas e lugares batizados com nomes em espanhol.
Os desenhos no mapa são exemplo das técnicas artísticas dominadas pelos astecas, assim como suas cores: foram usados pigmentos e tinturas naturais, como Maya Azul, uma combinação de folhas da planta Índigo e argila, e Carmim, feita a partir de um inseto que vivia em cactos.
Para ver o mapa em detalhes, basta acessar sua página dentro do site da Biblioteca do Congresso dos EUA.
Com informações de John Hessler no blog da Biblioteca do Congresso dos EUA.