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Apesar das intensas transformações e revoluções ocorridas, o século XIX foi um período de modo geral duríssimo em termos sociais, medicinais e sanitários – mesmo na Inglaterra, então o mais poderoso país do mundo. Morria-se displicentemente aos montes, e a expectativa de vida não passava dos 44 anos. Por isso existia a tradição das famílias de fotografar seus mortos em meio aos vivos, como se ainda vivessem, para eternizar os entes amados que faleceram – ou, ao menos, era isso que se pensava.
As fotos de mortos como se estivessem vivos popularizaram-se na internet, como um bizarro hábito do passado. O fotógrafo Mike Zohn, porém, desconfiou da veracidade de tal tradição, e decidiu investiga-la. E a descoberta de Zohn não é pequena: os mortos parecem vivos por de fato estarem vivas. A resposta está no ainda precário processo fotográfico da época, e no sensacionalismo de hoje, especialmente na internet, para gerar likes e compartilhamentos nas reportagens.
Exemplo de foto compartilhada – a garota ao meio da foto estaria morta
Para gravar uma imagem em uma placa de cobre e prata, como fazia o daguerreotipo (primeira máquina fotográfica a se popularizar na época) era preciso manter a pose por ao menos um minuto e meio para que o resultado final não saísse tremido na foto. Assim, suportes de ferro eram utilizados para “segurar” as poses. Para além disso, uma das provas principais levantadas por Zohn é, como exemplo, uma foto recorrentemente presente em sites que reúnem tais supostas fotos de mortos: na realidade, a foto é de ninguém menos que Lewis Carrol, autor de Alice no País das Maravilhas, tirada anos antes de sua morte.
A foto de Lewis Carrol, comumente compartilhada como se ele fosse uma pessoa morta
O tal suporte de ferro, utilizado para que as pessoas se mantivesse paradas para as fotos
Outra questão é o fato de tal nada discreto hábito jamais ser mencionado por documentos, textos, fotos e ilustrações da época. Ajudou a popularizar a lenda o filme “Evocando Espíritos”, de 2009, que acabou fornecendo imagens para a disseminação da falsa tradição – muitas imagens em tais sites são, em verdade, do filme.
O suporte sendo utilizado para em uma sessão fotográfica
A era vitoriana foi um período de fato mortal, mas as fotos dos mortos, pelo visto e dito por Zohn, não passam de mais uma lenda virtual.
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