Enquanto buscamos irrestritamente somente o sucesso e fugimos dos fracassos como se fossem verdadeiras ameaças à felicidade e à própria vida, o filósofo francês Charles Pépin pensa na exata contramão de tudo que o mundo nos ensina: para ele, é só experimentando o fracasso, o fiasco e a frustração que nos tornamos humanos.
Nossa inteligência, segundo Pépin, está justamente na nossa capacidade de analisar e corrigir nossos erros – e, sendo assim, fracassar se torna mais do que inevitável: se torna fundamental.
Autor do livro “As Virtudes do Fracasso”, Pépin é professor no Instituto de Estudos Políticos de Paris e um dos mais solicitados conferencistas franceses atuais.
No livro, Pépin parte justamente casos de diversos pensadores como Nietzsche, Freud, Sartre e Bachelard, que precisaram de uma série de fracassos para alcançar o sucesso de suas ideias e o reconhecimento, assim como de grandes invenções, como o Viagra e a cápsula de café – que também se deram a partir de fiascos.

Sigmund Freud, acima, e Friedrich Nietzsche, abaixo

Mais do que ver como positivo os fracassos, o autor questiona o sentido e até a maneira com que fracassamos. Negar o fracasso seria o verdadeiro fracasso – e é por isso que ele pode nos ajudar, nos orientar e até servir de combustível para o abandono da obsessão por um tipo de sucesso único. Sua defesa é de que é preciso sempre coragem e originalidade – é preciso fracassar de uma maneira interessante, e assim se estará no caminho para o sucesso de verdade.

