Canais Especiais Hypeness
-
Adotar é Hype
-
Namore-se
Matt Damon, 47, já foi para Marte, já ganhou o Oscar, estrelou, produziu e até escreveu uma porção de filmes. Mas está preocupado com outros problemas. Dificuldades, digamos, mais urgentes. Não que seu novo “personagem” não guarde semelhanças com a distopia Elysium (que conta outro ator mais que engajado, o brasileiro Wagner Moura). No filme, uma pequena casta se isola e vive distante da maioria absoluta da população, que nada tem. Matt bem que poderia criar seu Elysium próprio e se resguardar dos problemas que batem à porta de tantos outros mundo afora. Pois ele decidiu justamente tentar fazer a parte dele e usar sua força frente às câmeras para empregar popularidade para um problema silenciado: a falta de água em países em desenvolvimento.
Ao lado do pesquisador Gary White, Matt é um dos rostos e cérebros da Water.org. A meta deles é ambiciosa: levar água para 60 milhões de pessoas até 2022. Em todo o mundo, 844 milhões de pessoas nem sequer têm um serviço básico que fornece água para suas casas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Para isso, Matt conta com dois aliados: a empatia e a cervejaria belga Stella Artois.
Com a empatia, o ator espera que as pessoas entendam como a realidade sem água é dura. Imagine precisar usar seis horas do seu dia para conseguir encher um balde? E atravessar longas distâncias com sede e, muitas vezes, com fome. É este o foco da campanha conjunta entre Water.org e Stella Artois, que deixa pessoas em restaurantes, cafés e hotéis sem água, provocando o choque para, em seguida, mostrar que a realidade poderia ser muito, muito pior. (ver abaixo).
A segunda parte é com a cervejaria. Por meio de uma linha especial de taças, os consumidores acabam doando dinheiro para a ONG de Matt. Apesar de seu nome, a Water.org não fornece água diretamente às pessoas. Para cumprir sua missão, a organização criou um sistema de microcrédito personalizado chamado “WaterCredit”. A ONG se associa com instituições financeiras nos países em desenvolvimento para emprestar pequenas quantias de dinheiro para que eles possam pagar para obter água. Isso, sim, gera compras de tubulações e a contratação de empreiteiros para acessar fontes de água ou compras de recipientes para coletar água da chuva. No ano passado, o Brasil foi um dos alvos da campanha. Desde 2012, quando Matt embarcou no projeto, 10 milhões de pessoas já foram atendidas.
Por telefone, falamos com o ator sobre seu mais definitivo papel da carreira. E ele parece bem feliz com a conquista, ainda que esteja bem longe de receber um Globo de Ouro ou qualquer outro prêmio por sua atuação como cidadão. Os melhores momentos da conversa, você lê a seguir.
Estão empolgados com a nova campanha?
Matt: Sim! Muito! Este é o quarto ano que trabalhamos com a Stella Artois e esta nova campanha é a mais bem pensada. É ótima, porque uma das coisas mais difíceis é atingir as pessoas e mostrar como ações afetam as vidas delas. É muito raro as pessoas conseguirem entender um contexto de falta completa de água limpa e potável. Então, essa coisa de as pessoas não serem servidas em cafés, hotéis ou restaurantes é nova. E aí, quando as pessoas da América Latina que aparecem no vídeo da campanha, descobrem que não vão ter acesso à água, vemos a reação delas. E, então, logo na sequência nós apresentamos os motivos pelos quais elas estão sem a água. E é aí que surge toda a emoção. A partir disso, todas estão já em um pensamento de “e se eu pudesse ajudar?”. Então explicamos a promoção da edição especial de Stella Artois e como isso pode ajudar pessoas em países em desenvolvimento a terem acesso à água limpa. É uma campanha linda. Não poderia estar mais feliz.
E você já se perguntou o que faria se também levasse seis horas para ter acesso à água?
Matt: Me pergunto isso o tempo todo. É muito difícil não pensar nisso quando você conhece pessoas que vivem realidades como esta. Meu parceiro, Gary, vem trabalhando nisso há mais de 30 anos e passa por comunidades com esse tipo de problema, onde crianças, meninas e mulheres passam por isso. É absolutamente desolador. Mas também o outro lado: de vê-los com acesso à água e ouvir o que eles têm a dizer e de sentir que eles passam a ter a possibilidade de mudar de vida é realmente maravilhoso. Não é pouco ser capaz de ajudar pessoas a terem água limpa por cinco anos. Muitas vezes nem conseguimos imaginar o quanto isso pode afetar positivamente a vida de outras pessoas.
As metas da Water.Org’s são bastante audaciosas, planejando em levar água para 60 milhões de pessoas até 2022. Como vocês vão atingir a meta?
Matt: Tem tudo a ver com inovação e criatividade e é nisso que estamos envolvidos. E uma das inovações que Gary trouxe é o conceito de “WaterCredit”, que, por sua vez, é uma espécie de microcrédito. E quando essas pessoas não precisam mais passar tanto tempo procurando por água, elas passam a podem empregar tempo para conseguir trabalho. Assim, elas basicamente compram o tempo deles de volta. A água já não fica distante, mas chega regularmente até todas essas pessoas. O retorno desse microfinanciamento é de 97% a 99%.
Sobre as metas, conseguimos atingir nosso primeiro grupo de um milhão de pessoas em 2012 e, partir daí, vimos um crescimento de um milhão de pessoas a cada trimestre. Neste momento, nosso número é de 10 milhões de pessoas beneficiadas. Então, se mantivermos o ritmo ou com algum crescimento, seremos capazes de alcançarmos nossa meta nos próximos cinco anos.
Com tantos problemas que o mundo tem, por que usar seu trabalho e sua imagem no acesso à água?Matt: Por que fiquei completamente chocado quando fiquei sabendo dos números e das condições de vidas de tantas pessoas ao redor do mundo. E também porque a água é um problema gigantesco e absolutamente ninguém fala sobre isso. Por conta disso, ao lado do Gary, que é um dos maiores especialistas no assunto no planeta, ajudei a formar a Water.Org.
Há alguma comparação na satisfação de mudar a vida das pessoas efetivamente com a Water.Org e da possibilidade de mudar a vida das pessoas de maneira mais sútil como ator e com os filmes?
Matt: Ambos são atividades extremamente satisfatórias. Eu não seria capaz de escolher entre uma ou outra. As duas me trazem uma enorme felicidade. A velocidade com que temos conseguido ajudar as pessoas com o nosso projeto é muito interessante. E a ideia de que tenhamos conseguido um parceiro tão grande quanto a Stella Artois e que eles estejam dispostos a usar o poder do marketing que eles têm para fazer com que as pessoas entendam os problemas e também usar o consumo como uma forma de engajar e criar ações positivas é absolutamente incrível. É algo que nunca havia imaginado. Estamos bastante animados com a campanha e vamos ver para onde ela nos levará.
Em momentos tão complicados quanto o que vivemos agora, o que faz você sorrir e querer celebrar abrindo uma cerveja?
Matt: Quer saber? Fazer com que pessoas que não têm acesso à água possam viver com ela. É realmente um prazer muito diferente.
Publicidade
Gostando ou não do desenvolvimento da última temporada, 'Game of Thrones' é uma série que já marcou seu lugar na...
"Ah, que delícia o verão". Foi o timbre único e solar de Marina Sena e do Rosa Neon que acompanhou meu verão de...
“Falar sobre emoções em uma roda de homens é um ato revolucionário”. Esse comentário feito em um dos encontros...
Cerveja é assunto sério. Parece até uma frase qualquer flutuando sobre mesas de bares das cidades do Brasil. Não...
De um lado, a convicção dos que nem suportam ouvir outra coisa que não seja drible. Na outra ponta, se acomodam os...
“It’s a Necessity” (“É uma Necessidade”) é o nome do projeto de Eben e Genevieve Stolz, um casal...
Você sabia que hoje, 13 de novembro, comemora-se no mundo todo o Dia Mundial da Gentileza? Pois é, diante de todas as...
"Este som é funk", já dizia DJ Nel na faixa "1 Por Amor, 2 Por Dinheiro", do álbum de 2002 dos Racionais MC's....
Em meio ao melhor momento para as mulheres diversas áreas criativas, um nome chama atenção. Telma Shiraishi é uma...