Inspiração

Diretor de Moonlight estreou no SXSW com um filme de US$ 13 mil. Volta agora com um Oscar

21 • 02 • 2018 às 11:59 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Quando lançou seu primeiro filme, “Medicine for Melancholy” (“Remédio para Melancolia”) de forma independente em 2008, na edição de então do festival SXSW, o diretor Barry Jenkins provavelmente não podia imaginar que voltaria ao festival 10 anos depois como o atual vencedor do Oscar de melhor filme, com Moonlight, no ano passado. Na edição de 2018 do SXSW, Jenkins será um dos principais oradores a discursar para o braço cinematográfico do festival, que acontecerá em março, na cidade americana de Austin, no Texas.

E nada no início de sua incrível trajetória parecia apontar que esse seria de fato seu destino. Quando se formou em escrita criativa, ele imaginava que poderia tornar-se professor de inglês, e seu repertório cinematográfico resumia-se à sua admiração por filmes de ação como “Duro de Matar” e por blockbusters da Disney como “Toy Story”. Ate que descobriu uma escola de cinema, e decidiu tentar a sorte – simples assim.

Quando começou a estudar, percebeu o tanto que tinha que correr atrás. Ele então suspendeu os estudos por um ano, e alugou todos os clássicos, filmes estrangeiros e livros especializados até que se sentisse pronto para realizar seu primeiríssimo filme, um curta-metragem inspirado no contexto pós 11 de setembro chamado “My Josephine”, sobre dois árabes que trabalham em uma lavanderia e lavam bandeiras americanas de graça. Um acidente com a câmera tingiu todo o filme de verde – um erro casual que transformou o filme, e que Jenkins adorou.


Cena de Medicine For Melancholy

Depois disso, Jenkins mudou-se para Hollywood, trabalhou na produtora da Oprah Winfrey e, depois de dois anos sem realizar nenhum projeto próprio, largou tudo, foi viajar o país, teve todo tipo de emprego, até que enfim decidiu filmar “Medicine For Melancholy”, gastando somente 13 mil dólares. A première foi no SXSW de 2008, e o filme acabou indicado a vários prêmios – ainda assim, sua carreira não deslanchou.


Jenkins lançando seu primeiro filme no SXSW de 2008

Ao longo da década seguinte ele dirigiu comerciais de TV, alguns curtas, projetou filmes que não aconteceram, até que escreveu Moonlight – e, com ele, veio o Oscar (que quase não lhe foi entregue, visto o embaraçoso erro dos envelopes na cerimônia do ano passado) e o merecido sucesso – e desde então o trabalho não parou, e o futuro enfim se abriu.


Cena de Moonlight

Qual será o próximo passo da carreira de Jenkins isso só mesmo ele pode garantir. Mas é certo que seu discurso na parte de cinema do SXSW será inspirador e franco, como sua carreira vem sendo. O South By Southwest acontece do dia 9 ao dia 18 de março. No dia 11, Austin para para ouvir o diretor. Que, entre uma participação no SXSW e outra, levou para casa um Oscar.

Entre a invenção da roda e o lançamento da primeira nave espacial, uma coisa continua a mesma: a vontade humana de se recriar e ser impulsionada adiante.

Assim é o SXSW 2018. E esse é o DNA Hypeness.

O futuro é mais rápido, desafiador e inspirador do que se poderia imaginar. E é por isso que nossa passagem por Austin, para ver o SXSW de pertinho, tem um só objetivo: trazer para você hoje o que pode mudar o mundo amanhã.

Bora descobrir qual será a próxima grande ideia?

Nossa cobertura é um oferecimento Tinder 

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