Debate

Na Argentina, discussão sobre aborto avança após manifestações de mulheres

27 • 02 • 2018 às 10:26
Atualizada em 27 • 02 • 2018 às 11:31
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Os direitos femininos têm avançado na sociedade Argentina desde que grandes mobilizações como ‘Nem Uma a Menos’ ganharam destaque na mídia. Agora chegou a vez do aborto, e as mulheres querem um projeto de lei para permitir o aborto até a 14ª semana de gestação, fato que abriu um debate entre políticos, ativistas e setores da sociedade.

Argentinas estão batalhando pelo direito à legalização do aborto

Como no Brasil, na Argentina o aborto é ilegal exceto em casos de estupro ou risco de vida para a mãe. Mas por lá, as argentinas também encontram maneiras de abortar. Quem tem dinheiro paga para abortar em clínicas com segurança, mesmo que clandestinamente, mas, quem não tem corre risco de vida.

Estimativas oficiais indicam que ocorrem 500 mil abortos clandestinos por ano no país, e 60 mil deles terminam em internações por complicações nos procedimentos.

A pressão é tão forte que o próprio Mauricio Macri, que sempre se declarou contra o aborto, instruiu sua equipe a permitir o debate no Congresso.

A batalha está apenas no início, os deputados a favor ainda estão longe de ser maioria, mas o gesto de Macri surpreendeu a todos e abre caminho para um processo de final imprevisível.

“É uma grande vitória, resultado dos vários anos de luta para instalar o debate. Há possibilidades. Os deputados são muito permeáveis à opinião pública, devem a ela seus votos, e hoje ela é majoritariamente a favor da lei. Vamos tentar levar ao Congresso no dia 8. São feitos 500.000 abortos clandestinos por ano na Argentina, há garotas que vão para a cadeia por abortar, isso não dá mais”, disse a deputada Victoria Donda, em entrevista ao El Pais.

Na América Latina, o único país onde o aborto é permitido é o Uruguai, desde dezembro de 2012. No país, qualquer mulher pode abortar com até 14 semanas de gestação.

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