As manifestações sobre a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes vem se sucedendo em todos os cantos do mundo. Nomes como a atriz norte-americana Viola Davis e a cantora Karol Conká foram algumas das personalidades a se posicionarem.
Anitta foi cobrada a falar sobre o assassinato de Marielle e Anderson
Anitta usou uma foto do ato feito no Museu de Arte de São Paulo (Masp) pedindo justiça pela morte dos dois. Ela justificou o silêncio dizendo que estava esperando “o momento que fazia sentido pra mim. Mas não tive muita paciência para aturar o ódio gratuito dos internautas até lá.”
Mesmo assim, ela foi bastante criticada e resolveu substituir o textão por um post com o emoji (imagem) de um coração partido. A atitude causou ainda mais polêmica e Anitta, cansada das acusações de omissão, resolveu deletar a postagem de uma vez por todas.
A ausência de Anitta não foi bem vista, especialmente pelo fato da artista estar explorando conceitos do empoderamento feminino e a sua própria origem de comunidade pobre. No clipe de Vai Malandra, por exemplo, ela aparece com tranças e dançando nos morros das favelas do Rio de Janeiro.
“Na hora de lançar ‘Vai Malandra’ ela adora falar que veio da favela né? Quando matam uma mulher negra da favela, vereadora da cidade em que Anitta nasceu e vive, aí ela fica calada?”, esbravejou um internauta.
Falando ao Nexo, a diretora da conferência musical SIM, Fabiana Batistella, acredita que pelo poder de transformação da arte, é fundamental que o artista se posicione.
“O trabalho da Anitta por si só já contribui para essa transformação. Mas, nos tempos que vivemos hoje no Brasil, quando uma artista que desafia as estruturas conservadoras da sociedade, que vem do morro, que se impõe pelo direito de ser livre se cala após um assassinato de uma mulher negra militante, não só o discurso artístico pode parecer vazio, mas ela perde a chance de levar sua mensagem de transformação para milhares de pessoas de forma bem mais forte e direta”, comentou.
Até o momento a cantora não se manifestou sobre a exclusão da postagem em suas redes sociais.
Nascido na periferia da zona sul de São Paulo, Kauê Vieira é jornalista desde que se conhece por gente. Apaixonado pela profissão, acumula 10 anos de carreira, com destaque para passagens pela área de cultura. Foi coordenador de comunicação do Projeto Afreaka, idealizou duas edições de um festival promovendo encontros entre Brasil e África contemporânea, além de ter participado da produção de um livro paradidático sobre o ensino de África nas Escolas. Acumula ainda duas passagens pelo Portal Terra. Por fim, ao lado de suas funções no Hypeness, ministra um curso sobre mídia e representatividade e outras coisinhas mais.
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