Há algum tempo a Holanda é considerada o país dos ciclistas. Com investimentos em infraestrutura e educação, desde a década de 1970 o país europeu prioriza o transporte em duas rodas.
Agora, a Holanda dá mais um passo no caminho da inovação com a inauguração da primeira ciclovia solar que vai prover energia para uma cidade inteira. Com 34% dos deslocamentos de 7 km feitos por bicicleta, a iniciativa vai fazer uma grande diferença na geração de energia da cidade de Krommenie, a noroeste de Amsterdã.

A ciclovia está instalada na cidade de Krommenie
O caminho do futuro e o caminho para o futuro
Este é o slogan do que já vem sendo considerada a ciclovia mais tecnológica do mundo, a SolaRoad. Mas o ineditismo da medida vai muito além da tecnologia, pois ao longo dos seus 70 metros de extensão, ela vai transformando a vida das pessoas e dos sistemas públicos.
Ao receberem a luz solar gerada pelos painéis de concreto com células fotovoltaicas de vidro temperado, os próprios painéis geram energia que é direcionada para diversos usos, como abastecer três casas, o sistema público de iluminação e por aí vai. Futuramente carros elétricos poderão ser recarregados pela ciclovia.
Como foi dito, há mais de 40 anos o uso da bicicleta como meio de transporte se tornou uma política de governo. Neste período foram construídos mais de 35 mil quilômetros, que oferecem ao ciclista estacionamentos, semáforos automáticos e claro, o hábito reduziu drasticamente os acidentes.

A expectativa é que o investimento se pague em 15 anos
Ao lado do avanço das bikes, os carros tiveram de passar por uma série de adaptações, como a de velocidade, que está na casa de 50 km/h nas avenidas mais movimentadas e além disso, o artigo 185 da lei de trânsito prevê que o motorista seja responsabilizado pelos danos financeiros em casos de colisão com ciclistas. Quando culpado terá de arcar com 100% das despesas.
É interessante notar que desde sua inauguração, a SolaRoad vem gerando mais energia do que o esperado. Segundo os projetistas da estrutura, a ciclovia está atingindo a marca de 70 quilowatts hora por metro quadrado anual, suficiente para alimentar três residências. A expectativa é que o investimento se pague em 15 anos.