Com o quinto maior índice de feminicídio do mundo, o Brasil chama a atenção de organizações preocupadas com a segurança das mulheres, como a Unicef, que ao lado do Facebook criou o Projeto Caretas, que por meio de um perfil ficcional, usa o messenger para abordar problemas muito reais, suicídio e depressão.
A página na rede social conta a história da jovem Fabi Grossi, levando o usuário para a atmosfera de angústia vivida por ela após a divulgação por parte de seu namorado de um vídeo com o casal mantendo relações sexuais. O chamado “pornô de vingança”.

Fabi Grossi é um personagem ficcional que discute os efeitos da depressão e do machismo
“Meu nome é Fabi. Tenho 21 anos. Cara… é meio estranho. Nem sei por onde começar. Tá foda. Mas se eu não falar vou explodir”, diz.
Tudo acontece em tempo real e para evitar o pior é fundamental se controlar e auxiliar Fabi a mudar de ideia e não cometer suicídio. Missão nada fácil, pois os estragos causados pela exposição são muito grandes e envolvem a família, os amigos e o julgamento social.
Aliás, o desespero de Fabi demonstra também danos de uma conduta machista que guia a sociedade brasileira, fazendo com que a vítima se sinta culpada. O conflito de sentimentos é tão expressivo, que sem saber o que fazer, ela envia fotografias, áudios, prints e procura falar com o usuário a todo o tempo.

A iniciativa é parceria entra a Unicef e o Facebook
“Deixa eu te contar
Meu ex mandou um vídeo nosso pra uma galera
Um vídeo nosso, saca?
Não sei onde me enfiar.
Cara… eu confiei nele.
Me odeio muitooooooo!!!!”
Para se prolongar pelo maior período possível a conversa depende de duas coisas, da intensidade e da ajuda que a pessoa oferece. É preciso fugir do trivial para evitar o suicídio, que acontece na maioria dos casos.
Entre os meses de junho e novembro de 2017, o projeto foi testado com cerca de 7 mil adolescentes de todo país. Os usuários em teste trocaram mais de 1 milhão de mensagens com Fabi e mais ou menos 40% chegaram até o final da história, que demora 48 horas para ser concluída.
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