Debate

Amélia é que era mulher de verdade? Site compila clássicos machistas da MPB

06 • 04 • 2018 às 10:20 Tuka Pereira
Tuka Pereira Jornalista há mais de uma década e 'escrevinhadora' há muito mais tempo, Tuka Pereira aborda feminismo a gatinhos fofos com a mesma empolgação. Se existe algo que gosta mais do que escrever é carimbar o passaporte. Já esteve em boa parte do mundo e todo dinheiro que ganha gasta em viagens.

Existem diversas maneiras de perpetuar preconceitos e a música é uma delas. Na Música Popular Brasileira, as mulheres já tiveram seu valor vinculado a suas prendas domésticas, sua inteligência debochada e associada a cor de seus cabelos, apanhar do marido considerado algo normal e até apreciado por muitas e a lista de absurdos machistas se estende.

Quem acha que se tratam apenas de músicas antigas se engana. Pérolas como ‘Surubinha de Leve’, de MC Diguinho, mostram como a normalização da violência contra a mulher – desde a desumanização/objetificação até o feminicídio – continua a todo vapor.

Para deixar isso muito claro, uma página chamada MMPB (Música Machista Popular Brasileira) fez uma compilação de músicas com letras misóginas destacando os trechos bizarros. Na ‘coletânea’ há clássicos de todos os tempos e de grandes artistas como Cartola, Bezerra da Silva e Candeia e nomes mais atuais do funk, sertanejo universitário e pop como MC João, Jorge e Matheus e Valesca Popozuda.

O interessante é que a página não apenas mostra a letra, mas também faz uma explicação bastante didática dos motivos pelos quais a canção é ‘problemática’ e ainda oferece links com conteúdo para reforçar o assunto debatido. O site também permite que os usuários enviem músicas como sugestão.

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Imagens: Reprodução


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